2004
DOI: 10.1590/s0104-12902004000200002
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Promoção da saúde e cultura política: a reconstrução do consenso

Abstract: ResumoO presente texto faz uma avaliação das noções de promoção da saúde e de empowerment ao problematizar os princípios que integram a cultura da saúde públi-ca e orientam as propostas de políticas públicas formuladas especialmente para os chamados países "em desenvolvimento". Analisa-se particularmente empowerment, usualmente visto como uma forma de promoção individual e coletiva (comunitária, social) da saúde de grupos em situação de maior vulnerabilidade social. Examina-se esta proposta à luz da crise do E… Show more

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“…A troca, o compartilhamento, o encontro, a relação baseada no vínculo e na confiança -presente no plano do ideal desta proposta -não acontecem; traduz-se uma relação conflitante e distante, baseada em uma hierarquia de saber/poder entre estes atores da saúde, sendo que ambos não conseguem se ouvir para pensar juntos, estratégias de cuidados pertinentes àquela realidade. Prepondera, neste caso, como nos traz Stotz e Araújo (2004), uma visão de mundo que nega a história, o saber e as vivências dos sujeitos para a construção de alternativas de cuidado integral. Sendo assim, destacamos a importância de se problematizar estas relações, para que em nome de uma estratégia politicamente correta, como o apoio matricial, não acabemos, na prática, por reproduzir uma lógica de que existem os que sabem mais e que, portanto, estão autorizados a ditar as regras; e aqueles que devem cumpri-las.…”
Section: Resultados E Discussõesunclassified
“…A troca, o compartilhamento, o encontro, a relação baseada no vínculo e na confiança -presente no plano do ideal desta proposta -não acontecem; traduz-se uma relação conflitante e distante, baseada em uma hierarquia de saber/poder entre estes atores da saúde, sendo que ambos não conseguem se ouvir para pensar juntos, estratégias de cuidados pertinentes àquela realidade. Prepondera, neste caso, como nos traz Stotz e Araújo (2004), uma visão de mundo que nega a história, o saber e as vivências dos sujeitos para a construção de alternativas de cuidado integral. Sendo assim, destacamos a importância de se problematizar estas relações, para que em nome de uma estratégia politicamente correta, como o apoio matricial, não acabemos, na prática, por reproduzir uma lógica de que existem os que sabem mais e que, portanto, estão autorizados a ditar as regras; e aqueles que devem cumpri-las.…”
Section: Resultados E Discussõesunclassified
“…Ainda que se reconheça uma dimensão de politização dessas noções, elas são criticadas por produzirem "uma nova forma de tutela sobre a maioria da população" 31 (p. 15), atendendo às diretrizes da Organização Mundial da Saúde e do Banco Mundial. Stotz & Araújo 31 entendem empowerment como uma abordagem para melhora das condições de vida de grupos mais vulneráveis. Contudo, apontam o paradoxo que põe, de um lado, os empoderadores, em geral o Estado e seus técnicos, e, de outro, os empoderados, em geral os segmentos vulneráveis da população.…”
Section: Terceira Função: a Produção De Autonomiaunclassified
“…Para se afastar do uso de autonomia associada a uma "subjetividade política da era neoliberal" atomizada, consumista, independente 31 , diversos estudiosos constroem uma abordagem mais complexa da questão, agregando a experiência individual e a coletiva: "não se pode falar de indivíduo como isolado do coletivo" 36 Os mesmos autores ainda apontam que a autonomia não se traduz como um estado estático, obtido de modo definitivo, mas como um processo dinâmico, cuja perenidade não está garantida. Ela é "uma forma relativa, em gradientes passíveis de terem seus limites sempre tensionados, mudados" 27 (p. 674).…”
Section: Terceira Função: a Produção De Autonomiaunclassified
“…Assim, muitas vezes, parece tratar-se de um sujeito descontextualizado das suas condições históricas e materiais de existência, apenas referido a uma ideia de comunidade homogênea, unida, estável e sem contradições (CALIPO, 2002, p. 109). A dimensão política e problematizadora da participação dos grupos sociais na resolução de conflitos fica secundarizada ou é relegada completamente (STOTZ; ARAúJO, 2004).…”
Section: Quando O Objeto/sujeito Tem a Unidade Na Equação Consumo-usuunclassified