Kimbuta kia múntu, bônso kimüntu, ga mataba -"a liderança, assim como a personalidade de uma pessoa, tem suas raízes na infância" (Filosofia Kindezi).Gratidão é energia livre e ao agradecer faço o duplo movimento de me libertar para seguir e de libertar o outro de me tutelar. A lógica é a da troca equânime e a do equilíbrio de forças. Sou grata por tudo e fiz o melhor que pude.Por isso, dedico esse trabalho aos meus ancestrais que abriram os caminhos para que eu pudesse estar aqui, especialmente as mulheres negras de minha família que precisaram se abdicar de seus sonhos para viver sob o script do mundo machista, classista e racista. Graças a elas, estou aqui, realizando sonhos ancestrais que nem sabíamos que existiam. Ser a primeira doutora da família é fonte de orgulho, celebração e muita, mas muita responsabilidade. Por vezes, me assusta, mas sigo firme e com coragem.Agradeço à minha família, que não soltou a minha mão e a todo tempo me dá provas do quanto se orgulham de mim. Esta é uma das forças invisíveis que me move e sustenta, a minha família negra que é onde estão as minhas raízes. Aos meus pais, irmãos, irmãs e meus sobrinhos, meus pretinhos amados, que me abraçam com tanto amor, admiração e com os olhinhos brilhando. Eles sabem que podem pensar o futuro com muitas possibilidades de ser. É por eles que eu tento deixar algum legado e trabalho duro todos os dias.Um agradecimento mais que especial à minha mãe, Inêz, a maior encorajadora de tudo, que já dizia que eu iria estudar quando eu ainda era muito pequena. Ela sabe o valor da educação e esteve presente em toda a minha trajetória, prestigiando e incentivando. Foi lá na infância onde tudo começou.Na língua yorùbá, Ori significa literalmente cabeça. Por isso, sou grata pela boa sorte de ter a Ori_enta_Ação da Profa. Dra. Luciana Fontes Pessôa que me orientou com leveza e tranquilidade. Por vezes, quase travei, pois estava difícil assimilar tantos conteúdos que mexiam e mexem com a minha história pessoal, familiar e ancestral. Aprendi a parar, respirar e pedir ajuda para não congelar diante de tantos afetos e emoções atravessando a minha pesquisa e ter a Luciana como guia foi solar e apaziguador. "Vai dar tudo certo", dizia ela. E deu! Sou grata! Agradeço também às Professoras Maria Helena Zamora e Miriam Debieux Rosa que participaram da banca de qualificação e ofereceram valiosas contribuições que ampliaram os caminhos desta pesquisa. Gratidão! Às famílias participantes da pesquisa, que me cederam seu tempo, histórias e afetos para a construção desse estudo. Obrigada, de verdade.Aos colegas do grupo de pesquisa Desenvolvimento, Biologia e Cultura da PUC-Rio e a todos os professores e funcionários do Departamento de Psicologia dessa instituição.Aos meus auxiliares de pesquisa, Débora e Robert que, voluntariamente, me auxiliaram na construção dessa pesquisa e foram fundamentais para a finalização deste trabalho. Um agradecimento especial ao Vagner Pessanha e ao Bruno Larrubia, pelas generosas contribuições. E, à minha poderosa rede por me auxiliar na form...