Prevalência de sibilância e fatores associados em crianças indígenas Guarani hospitalizadas por doença respiratória aguda no Sul e Sudeste do Brasil

Abstract

Realizou-se estudo de prevalência de sibilância em crianças indígenas Guarani hospitalizadas por infecção respiratória aguda baixa no Sul e Sudeste do Brasil, recrutadas a partir de um sistema de vigilância implantado nas aldeias entre maio de 2007 e junho de 2008. Os dados foram extraídos por revisão dos prontuários hospitalares. Estimaram-se razões de prevalência de sibilância brutas e ajustadas segundo categorias das variáveis exploratórias, por regressão de Poisson com ajuste para variância robusta. A prevalência de sibilância foi de 58,1% (136/234). Permaneceram significativamente associadas à sibilância no modelo final: faixa etária, inversamente associada (0-11 meses: referência; 24-35 meses: 0,63, IC95%: 0,40-0,99); internação no outono (verão: referência; outono: 1,58, IC95%: 1,05-2,40); e sinais clínicos de dispneia (1,41, IC95%: 1,09-1,83), tiragem (1,42, IC95%: 1,16-1,73) e estertor (1,43, IC95%: 1,09-1,87). Os resultados revelam elevada carga de morbidade por sibilância e sugerem o fenótipo de sibilância persistente de início precoce, relacionada à recorrência de infecções respiratórias virais.

Fatores Que Influenciam No Cuidado Às Crianças Com Agravos Respiratórios Na Atenção Primária À Saúde

“…(2014) (25) Descrever a prevalência de sibilância e investigar os fatores associados nas crianças Guarani < 5 anos hospitalizadas por IRAB no Sul e Sudeste do Brasil, no período de maio de 2007 a junho de 2008.…”

“…(27,34) No caso das populações indígenas, a dificuldade de acesso ao atendimento na APS, escassez de profissionais qualificados e falta de estrutura adequada para assistência à saúde, dificultam a possibilidade do controle das doenças respiratórias, gerando mais atendimentos de urgência/ emergência e internações, como é a realidade dos povos Yanomami e Guarani. (25,31) Diante dessas fragilidades da APS, dados evidenciam que as doenças respiratórias, principalmente pneumonia bacteriana e asma, são as causas mais frequentes de internação na infância, com maior prevalência em crianças menores de cinco anos. (1,26,30,32) Devido à essa alta prevalência, a taxa de mortalidade de crianças decorrente desses agravos também é significante, no entanto, verifica-se uma redução nos níveis de internação e na taxa de mortalidade por agravos respiratórios no Brasil nos últimos anos.…”

Infecção Respiratória Aguda Baixa Em Crianças Indígenas Guarani, Brasil

“… 4 In 83 Guarani villages, located in the South and Southeast of Brazil, the proportion of hospitalizations due to the same cause was 77.6% in children aged less than five years, and 83.4% in children aged less than one year. 5 The high prevalence of wheezing found among Guarani children who were hospitalized by ALRI 6 suggests high frequency of viral etiology, 3 as well as of viral-bacterial infection. 7 …”