Prevalência de infecções sexualmente transmissíveis em mulheres na guarnição militar de Campinas no período de 2017 a 2020

Abstract

Introdução: IST ainda é um importante problema de saúde nas mulheres. Objetivo: Avaliar características clínicas e epidemiológicas das infecções sexualmente transmissíveis em mulheres militares e familiares de militares no âmbito da Guarnição Militar de Campinas (SP), comparando com os dados do Ministério da Saúde e dos levantamentos em exércitos de outras nações. Métodos: Estudo de coorte retrospectivo de 1.019 mulheres da Guarnição Militar de Campinas atendidas no PMGu/Cas no período de 2017 a 2020. Foram analisadas as 1.019 mulheres, sendo excluídas 372 de acordo com os critérios de exclusão. Análise dos dados: análise descritiva por meio de distribuição percentual e de médias e teste de χ², razão de risco e intervalo de confiança. Resultados: Das 647 mulheres consideradas, foram encontradas 119 mulheres com alguma infecção sexualmente transmissível. No grupo de infectadas, a idade média foi de 32 anos; nas não infectadas, foi de 39 anos. Das 119 infectadas, 74 já tinham diagnóstico prévio ou foram diagnosticadas clinicamente e 45 mulheres tiveram seu diagnóstico efetivado após o resultado dos exames colhidos pois eram assintomáticas. A queixa mais frequente nessa população era de corrimento vaginal (99 mulheres), mas apenas 35 estavam também no grupo que apresentava alguma infecção sexualmente transmissível. A suspeição para doença inflamatória pélvica aguda ocorreu em 38 mulheres e, dessas, apenas 12 apresentaram alguma infecção sexualmente transmissível bacteriana contra 23 infecções sexualmente transmissíveis virais. Conclusão: Nessa coorte, a presença de corrimento genital não apresentou relação com a presença de infecções sexualmente transmissíveis. Em nosso grupo de pacientes, houve maior ocorrência de suspeição de doença inflamatória pélvica aguda concomitante a infecções sexualmente transmissíveis viral em vez de infecções sexualmente transmissíveis bacterianas. A proporção de Neisseria encontrada em relação a clamídia foi de 1:2, e cerca de 80% dos casos diagnosticados de papilomavírus humano eram assintomáticos. Do total, 11,76% das infecções sexualmente transmissíveis encontradas eram curáveis, ficando 20% abaixo da média nacional para esse mesmo tipo de doença.