Prática do espaço, experiência do corpo: sennett e a cidade

Abstract

(1974), em que a cidade é examinada segundo o crivo da vida cívica. Em Flesch and stone: the body and the city in Western civilization,Sennett retoma, com mais força, temas e abordagens que não são propriamente inéditos em sua obra, mas se apresentam aqui concentrados para trazer à tona o espaço social que produz a própria cidade. Ao constatar que a prática do espaço urbano no mundo contemporâneo promove o individualismo e o apaziguamento dos encontros corporais, ele sugere que a história da cidade, tecido pela experiência corporal das pessoas (p. 15), pode trazer luz para melhor compreender a situação atual.Esteenfoque nos atrai a atenção sob vários aspectos, mas em especial por incidir sobre corpo e cidade, ao pontuar uma história da produção do espaço urbano no Ocidente a partir da experiência (humana) corporalmente expressada/mobilizada. Uma história tão bizarra quanto sua narrativa, que não privilegia tipos de fontes, nem pretendetraçar o começo, o meio e o fim.

\"É uma sensação de vácuo...\": contribuições da sociologia da mobilidade sobre o uso da bicicleta na cidade de São Paulo

“…Cidades ocidentais se caracterizaram pela ausência do contato corporal e a distância entre os corpos, que pode ser atribuída, segundo o autor, à perda do caráter outrora associativo e agregador dos espaços urbanos, que atualmente promove indiferença e afastamento. Concomitantemente, cria-se uma ideia de corpo idealizadajovem, viril e objetificadomas descolado dos corpos reais dos indivíduos(SENNETT, 1994;ANDRADE, 1996;NASCIMENTO, 2017). Essas novas práticas moldar e ser moldado pelo ambiente, em um movimento que impacta e constrói a realidade social e os indivíduos(SPINNEY, 2006).Como um único movimento é atuado e vivido a partir de todo o corpo, percepções do ambiente se modificam conforme quando, e como, nos movemos.…”