Prática baseada em evidências em psicologia e a eficácia da análise do comportamento clínica

Evidências de eficácia e o excesso de confiança translacional da análise do comportamento clínica

“…Ao revisar 142 publicações brasileiras sobre terapia comportamental de 1949 a junho de 2001de , Nolasco (2002 identifi cou que 86% da produção de conhecimento da área correspondia a trabalhos conceituais, o que levou o autor a concluir que os terapeutas analítico-comportamentais "têm comunicado pouco à comunidade científi ca os modelos de seu método de intervenção e os resultados práticos obtidos por meio deles" (p. 64). Mais recentemente, Leonardi (2016) fez uma revisão sistemática da literatura empírica sobre a produção brasileira de terapia comportamental, na qual identifi cou (além dos 19 trabalhos sobre FAP citados anteriormente) 34 estudos, sendo três experimentos de caso único e 31 relatos de caso. Todavia, a grande maioria desses trabalhos carece do rigor científi co necessário para avaliar a efi cácia de uma intervenção.…”

“…Os dados oriundos de revisões sistemáticas da literatura apresentados acima (Bankoff et al, 2012;Cuijpers et al, 2007;Ekers et al, 2008;Leonardi, 2016;Mangabeira et al, 2012;Mazzucchelli et al, 2009;Öst, 2014;Stoffers et al, 2012) indicam que, com exceção para a DBT e BA, não há evidências empíricas rigorosas da efi cácia da FAP, ACT e TAC. Apesar de haver escassez de pesquisas clínicas e baixo rigor científi co nos trabalhos que investigaram a efi cácia das diversas modalidades de terapia comportamental (mais uma vez, com exceção para a DBT e BA), pesquisadores e terapeutas brasileiros e estrangeiros parecem ter bastante convicção de que a terapia (se é que é possível falar no singular) fundamentada na Análise do Comportamento é empiricamente sustentada.…”

Evidence of Effi cacy and Translational Overconfi dence in Clinical Behavioral Analysis

“…The data from the systematic literature reviews presented above (Bankoff et al, 2012;Cuijpers et al, 2007;Ekers et al, 2008;Leonardi, 2016;Mangabeira et al, 2012;Mazzucchelli et al, 2009;Öst, 2014;Stoffers et al, 2012) indicate that, with the exception of DBT and BA, there is no rigorous empirical evidence for the effi cacy of FAP, ACT, or TAC. Despite the scarcity of clinical research and the low scientifi c rigor of the studies that investigated the effi cacy of various modalities of behavioral therapy (once again, with the exception of DBT and BA), Brazilian and foreign researchers and therapists seem to be quite convinced that the therapy (if it is even possible to use the singular in this case) based on behavior analysis is empirically founded.…”

“…In addition, the authors called attention to the scarcity of single-case experiments and to the inexistence of randomized controlled trials, which are considered the gold standard of research in psychotherapy. Considering that these authors did not analyze effi cacy results for FAP in these publications, Leonardi (2016) carried out a systematic review of empirical studies about FAP (and TAC, see below) that dealt with typically developing adult clients (aged 18 years or over) and with interventions that occurred exclusively in the consulting room. The author identifi ed 17 case reports and three single-case experiments, all of which reported positive effi cacy (i.e., improvement in the client's initial clinical complaint).…”

“…In reviewing 142 Brazilian publications about behavioral therapy from 1949 to June 2001, Nolasco (2002) found that 86% of these were conceptual papers, which led the author to conclude that behavior-analytic therapists "have scarcely communicated with the scientifi c community about the models of their intervention methods and about the practical results obtained with them" (p. 64). More recently, Leonardi (2016) systematically reviewed Brazilian empirical literature about behavior therapy and located 34 studies (besides the 19 previously mentioned works about FAP), of which three were single-case experiments and 31 were case reports. Nonetheless, the vast majority of these publications lack the scientifi c rigor required for assessing the effi cacy of an intervention.…”