2015
DOI: 10.1590/s0102-699220150002000005
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Pós-Antropologia: as críticas de Archie Mafeje ao conceito de alteridade e sua proposta de uma ontologia combativa

Abstract: Resumo: Nosso texto se debruça sobre os escritos etnológicos de Archie Mafeje. Este autor sul--africano que viveu boa parte de sua carreira acadêmica no exílio, formulou críticas contundentes às ciências sociais em geral e à antropologia em particular. Para ele, formações sociais que desafiam nossas abordagens taxonômicas e dualistas, continuam sendo encarceradas em escaninhos estreitos e claustrofóbicos, em abordagens voltadas para a classificação e a interpretação do Outro. Esta ideia de alteridade baseia-se… Show more

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“…Ontologia combativa é uma contribuição conceitual de Archie Mafeje, intelectual e ativista que nasceu e morreu no lugar que hoje conhecemos como África do Sul. Em Borges et al (2015), encontramos uma apresentação das ideias de Mafeje ao público brasileiro que enfatiza sua contribuição acerca da ontologia combativa: Ao considerar que "os africanos" passaram a existir por indicação e atribuição dos governos coloniais, a partir de uma taxonomia que simplesmente lhes negava qualquer tipo de agência, Mafeje propõe a negação da negação: negar que aos africanos seja negada a agência (Borges et al, 2015).…”
Section: Corpo: Ontologia Combativaunclassified
“…Ontologia combativa é uma contribuição conceitual de Archie Mafeje, intelectual e ativista que nasceu e morreu no lugar que hoje conhecemos como África do Sul. Em Borges et al (2015), encontramos uma apresentação das ideias de Mafeje ao público brasileiro que enfatiza sua contribuição acerca da ontologia combativa: Ao considerar que "os africanos" passaram a existir por indicação e atribuição dos governos coloniais, a partir de uma taxonomia que simplesmente lhes negava qualquer tipo de agência, Mafeje propõe a negação da negação: negar que aos africanos seja negada a agência (Borges et al, 2015).…”
Section: Corpo: Ontologia Combativaunclassified
“…A partir dessa premissa, procuro aproximar analiticamente o frequente recurso aos cães como mediadores e a produção de Si e do Outro como incomensuráveis, inegociáveis, incomunicáveis. Recorro às considerações de Archie Mafeje, para quem o conceito amplamente aceito de alteridade indica o quanto a antropologia, ao estabilizar seu modo de conhecimento sobre essa divisão entre Eu e Outro, a partir de inspirações epistemológicas coloniais, acaba por se restringir à tarefa de taxonomização de um real tornado unívoco, conditio sine qua non para a existência da disciplina em moldes perscrutadores (Borges et al, 2015). Seguindo esse autor, a constatação de um real estabilizado, dotado de propriedades intrínsecas, imutáveis e incontestes, não só não deveria ser nosso objetivo, como deveria ensejar um ímpeto contestador, próprio do que ele chama de ontologia combativa.…”
Section: Cães São Os Outrosunclassified
“…Ter mais ou menos tempo, nesse caso, seria equivalente a dizer ser mais ou menos Outro. Minha proposta de etnografia popular visa justamente a problematizar a noção de alteridade e sua relação direta com a antropologia colonial, racista e predatória a que nos dedicamos (BORGES et al, 2015a). Em suma, creio que seja chegada a hora de todos os que estão dentro dos muros universitários dedicarem seu tempo para colocar o muro abaixo, para inventar o novo, em que a divisão e o abismo não sejam sequer lembranças.…”
Section: Conclusão: Entendimento E Admiração Mú-tua Como Ponte Para Aunclassified