Perspectivas profissionais e motivações de estudantes de Medicina para atuação na Estratégia Saúde da Família

Abstract

Este estudo objetiva caracterizar aspectos motivacionais de futuros médicos relativos às perspectivas profissionais e atuação na Estratégia Saúde da Família (ESF) e as estratégias indutoras do projeto político-pedagógico (PPP) dos cursos. Trata-se de um estudo descritivo-exploratório, de abordagem qualitativa, com 31 estudantes de Medicina de duas instituições de ensino. Os dados foram coletados a partir da análise dos PPPs e de entrevista. O material empírico foi analisado pela técnica de análise de conteúdo, à luz do referencial da Teoria da Autodeterminação. Emergiram três categorias analíticas: motivação intrínseca, motivação extrínseca e desmotivação. Os resultados demonstraram a ESF como oportunidade de trabalho temporário, com ideologia que cativa os acadêmicos, mas a ação das forças motivadoras extrínsecas resulta na não escolha da área para carreira. É fundamental explorar, nos estudantes, o potencial motivacional intrínseco, desenvolvendo estratégias para romper barreiras que limitam a escolha pela ESF.

Encontros entre a formação acadêmica e a prática profissional na Atenção Primária à Saúde

“…E estes profissionais deverão passar pelo processo ensino-aprendizagem atendendo a prerrogativa constitucional do SUS em ordenar a formação dos trabalhadores da área da saúde, para que sejam detentores de uma formação consolidada em uma ótica generalista e pautada em princípios humanos, éticos, críticos e reflexivos, que contribua para preparar o egresso para o desempenho das numerosas atribuições inerentes à sua atuação profissional Admitindo a proposta da intervenção interprofissional alicerçada há anos no país através da ESF, bem como a progressão da complexidade que circunda o cuidado em saúde, a promoção da integração e colaboração entre os profissionais se coloca em uma posição determinante, seja como membros da equipe ou no seu relacionamento com outros serviços 2 . Para que o trabalho interprofissional se mantenha voltado ao labor coletivo e ao elo recíproco disposto entre a técnica e a relação dos sujeitos envolvidos, de maneira que o cuidado profissional, desempenhado nas várias áreas de atuação seja projetado de forma articulada e complementada em sua lógica é necessário que os cursos da área da saúde abarquem os conhecimentos inerentes à atuação na ATS 5 .Se reconhece que a dificuldade da universidade em promover o encontro do aluno da área da saúde com a ESF pode impactar na sua futura decisão em atuar na área6 . A organização do processo de formação na saúde no/para o sistema deve considerar o cuidado integral e as realidades apresentadas pelo território.De forma a contar com a estruturação de diretrizes curriculares que são desenhadas próximas do contexto social e que notabilizam as potencialidades da força de trabalho do sistema como elo de transformação7 .O presente estudo objetivou compreender como uma equipe interprofissional reconhece, nas áreas de formação acadêmica dos seus profissionais, o processo de ensino-aprendizagem apreendido sobre Atenção Primária à Saúde e o relaciona ao suporte no preparo para a prática profissional nesse primeiro nível de assistência à saúde.MÉTODOO presente estudo apresentou um alcance exploratório e descritivo, com método qualitativo.…”