Percepção do deficiente visual em relação à sua saúde bucal: revisão integrativa

Abstract

Introdução: Um dos obstáculos enfrentados pelo deficiente visual é o descaso de parte da sociedade às limitações cotidianas de tal condição. Não obstante a precária participação da sociedade, os profissionais da educação e da saúde deveriam ser integrados ativamente no auxílio dessas pessoas para melhorar a sua percepção em relação à sua condição bucal. Objetivos: Este estudo revisou a literatura brasileira dos últimos 20 anos, em busca de artigos que relatem a percepção dos deficientes visuais em relação à sua saúde bucal. Método: A revisão integrativa da literatura foi o método adotado, com análise quantitativa, exploratória e descritiva dos dados. O modelo de busca aplicado foi "pessoas com deficiência visual" e "saúde bucal" e "percepção" nas bases de dados Google Acadêmico, Literatura latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), da Biblioteca Eletrônica Científica Online (SciELO), com consultas feitas em maio de 2021. Resultados: Dezoito registros foram encontrados. Seis registros foram excluídos e doze seguiram para análise descritiva. Destes, oito artigos foram excluídos e quatro seguiram para síntese qualitativa. Conclusão: A percepção dos deficientes visuais foi mensurada por diversos questionários e sua saúde bucal é percebida como satisfatória. Necessitam de ações voltadas à prevenção e promoção, com materiais didáticos para educação em saúde bucal, orientação de higienização e dieta alimentar. Defendem novas formas de ensino, com mais efetividade na motivação e treinamento da habilidade psicomotora para a realização da higiene bucal. A revisão evidenciou a escassez de artigos científicos publicados na literatura brasileira.

Acompanhamento odontológico para deficientes visuais: Uma revisão integrativa

“…A educação é a base para a formação dos cidadãos através da qual o ser humano torna sua existência digna e altiva (Barbosa et al, 2022). As novas formas de ensino são ferramentas essenciais na motivação e treinamento da habilidade psicomotora para a realização da higiene bucal (Moreno et al, 2022). A possibilidade de utilização de ferramentas intelectuais, por parte de pessoas com deficiência visual, permitindo-as adquirir a autonomia possível para exercer práticas saudáveis de autocuidado é de grande importância para garantir os direitos da pessoa com deficiência (Barbosa et al, 2022).…”

Impacto do processo saúde-doença bucal na qualidade de vida dos cegos

“…Pesquisas sobre a auto percepção em saúde bucal tem sido elaborada e comparada com dados clínicos e relatos dos pacientes (CARVALHO et al, 2010;SCOPEL et al, 2011). No entanto, estudos que tratam sobre as implicações na qualidade de vida associadas à análise da auto percepção do processo saúde-doença bucal, delimita uma subjetividade que está relacionada à autoimagem, à apreensão de necessidades e à busca por cuidados odontológicos (KUBLITSKI et al, 2022) Em relação à busca por informações nas bases de dados científicas brasileiras, percebese que há falta de materiais didáticos disponíveis sobre o tema desta pesquisa (GARBIN et al, 2021;MORENO et al, 2022). Existem muitas barreiras de acesso ao conteúdo processo saúdedoença bucal a serem superadas pelas pessoas com deficiência visual, sendo prioridade disponibilizar esses conteúdos de forma adaptada para esse público.…”

“…Existem muitas barreiras de acesso ao conteúdo processo saúdedoença bucal a serem superadas pelas pessoas com deficiência visual, sendo prioridade disponibilizar esses conteúdos de forma adaptada para esse público. Além disso, a dificuldade em se locomover sozinho também se constitui em barreira de acesso aos serviços odontológicos (ORTEGA et al, 2019;CERICATO;FERNANDES, 2008) A ausência de um órgão sensorial limita o desenvolvimento pessoal e reduz a capacidade de percepção das pessoas; além disso, por estar atrelada à organização e interpretação de estímulos variados, a falta de acesso à informação sobre o tema saúde bucal é uma realidade enfrentada pelos deficientes visuais (BARBOSA et al, 2022;MORENO et al, 2022).…”

“…A efetividade do controle e do tratamento das doenças bucais está diretamente relacionada com o controle do biofilme dentário pela conscientização da pessoa sobre o seu problema de saúde bucal (GAMBIN;RIBAS, 2017;MORENO et al, 2022). Quando ela conhece técnicas simples e eficazes para a higiene de sua boca acaba por deixar o tratamento mais resolutivo e fácil de ser executado e consequentemente aumenta a sua eficácia, sem falar no indispensável acompanhamento odontológico pelo profissional da área (ANTONINI et al, 2013).…”

Abordagem odontológica humanizada em paciente com deficiência visual: relato de caso

“…Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v. 6, n. 4, p. 17549-17562, jul./aug., 2023 A Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência (PNSPD) e a Política Nacional de Saúde Bucal (PNSB) propõe orientações para os cuidados em saúde da pessoa com deficiência, baseando-se nos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) de equidade e universalidade (Ministério da Saúde, 2004; Ministério da Sáude, 2010). Entretanto, o acesso aos serviços odontológicos ainda é baixo, e alguns grupos apresentam sérios problemas relacionados a saúde bucal (Barbosa et al, 2022;Figueiredo & Magno, 2022;Moreira et al, 2023;Moreno et al, 2022).…”