Pensamento e linguagem: percurso piagetiano de investigação

Abstract

RESUMO. O objetivo deste trabalho é mostrar o percurso da investigação de Piaget sobre as origens e as relações existentes entre a linguagem e o pensamento. Para isso, analisaremos, num primeiro momento, os trabalhos iniciais desse autor sobre a evolução e socialização do pensamento e da linguagem na criança, destacando a explicação exógena dos seus progressos. Num segundo momento, analisaremos as pesquisas realizadas por ele nas décadas de trinta e quarenta do século XX sobre as origens sensório-motoras do pensamento e da linguagem, destacando a explicação endógena dos seus progressos. Num terceiro momento, analisaremos estudos psicolingüísticos junto a crianças normais e crianças portadoras de deficiências, os quais confirmarão a pertinência da tese de Piaget sobre as origens do pensamento e da linguagem. Finalmente, salientaremos algumas teses conclusivas desse autor, a propósito das críticas às teorias empiristas e positivistas contemporâneas, com vistas a diferenciar a singularidade da sua formulação teórica. Palavras-chave: pensamento e linguagem, percurso piagetiano, continuidade com reconstrução.

tríade linguagem, cognição e emoção como elementos potencializadores da aprendizagem

“…Indo além, fortalecendo a relação entre pensamento e linguagem, introduzindo a lógica como característica da linguagem atrelada ao pensamento, Piaget destaca que, para determinadas concepções, a lógica associada ao sistema da língua representa não só um elemento essencial (ou único) de aprendizado da lógica pela criança ou indivíduo, mas fonte de lógica para toda a humanidade (Montoya, 2006). Com isso, Piaget apresenta a linguagem como fator organizacional do pensamento, e por conseguinte, dos conceitos e ideias arraigados na estrutura mental do indivíduo.…”

A formação dos conceitos em Vigotski: replicando um experimento

“…Montoya (2006) aponta que um conceito "(...) é produto das mudanças que envolverão necessariamente reorganizações por abstrações reflexionantes" (p. 124). Ausubel (conforme citado por Moreira, & cols.…”

“Educação como prática corporal” dois decênios depois

“…No entanto, seu escopo sobrepuja uma celebração temporal, pois (re)colocála em perscrutação podê-lo-á fomentar outras (e novas) noções hermenêuticas, ou mesmo consolidar concepções preconizadas na obra. Além de propiciar, de alguma maneira, à continuidade e aprimoramento de sua(s) proposição(ões) didático/científica(s) -epistemologicamente situada no plano Construtivista/Interacionista, pois considera a gênese do conhecimento oriunda da interação (radical [Becker, 2013;2019]) entre indivíduo e objeto/mundo, sem, necessariamente, desconsiderar a ação advinda das relações sociais (e dos fatores culturais) à formação do pensamento conceitual (Montoya, 2006) e das práticas (ou linguagens) corporais, conforme apregoam alguns arautos inadvertidamente -da qual João Batista Freire (1989) figura na qualidade de principal expoente.…”