O presente artigo resulta de uma pesquisa recentemente concluída e tem como objetivo geral realizar uma abordagem das políticas brasileiras de educação ambiental, enfocando-as numa retrospectiva histórica. Do ponto de vista metodológico, tem um duplo suporte: um de natureza lógico-analítica, partindo do pressuposto que o sentido da história, em dado contexto, condiciona o sentido da educação; e outro de caráter empírico, na medida em que o trabalho é construído a partir da incursão em fontes primárias, quais sejam, os documentos das políticas educacionais. Dentre os resultados obtidos, podem ser referidos, entre outros, os seguintes: 1) as políticas brasileiras voltadas ao meio ambiente buscaram superar a percepção meramente naturalista do mesmo; 2) as iniciativas governamentais no país em torno da educação ambiental têm sido historicamente condicionadas por orientações externas, de organizações internacionais como a UNESCO; 3) da segunda metade da década de 1990 aos dias atuais, no básico, há uma espécie de continuidade das políticas de educação ambiental, apesar de comando partidário ocorrida no país em 2002; 4) nos anos 2000, as ações governamentais em função do meio ambiente e da educação ambiental foram marcadas por um grau de ambivalência decorrente, este, em parte, da perspectiva econômica do chamado neodesenvolvimentismo. Conclusivamente, é assinalado, por exemplo, que, em decorrência das particularidades que têm marcado o debate sobre meio ambiente e as políticas de educação ambiental no Brasil, a noção de desenvolvimento sustentável tem se constituído numa expressão vazia, genérica, repetida por diferentes segmentos, mas sem clarificação consistente do que significa em termos de conteúdo, e assim assume uma dimensão propensa à manipulação político-ideológica.