Participação dos profissionais de educação na gestão democrática: o caso dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia

Abstract

Este estudo analisa a participação dos profissionais da educação na gestão democrática de um Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IF), enfocando especialmente os mecanismos de participação. O estudo se caracteriza como pesquisa exploratória e descritiva, seguindo abordagem mista (quanti-qualitativa), desenvolvido a partir da pesquisa bibliográfica e de campo, por meio de estudo de caso do tipo instrumental em um IF da região sul do Brasil. Foi realizada análise documental e aplicação de questionário a 30 professores e 22 técnicos administrativos, perfazendo uma amostragem de 27% e 24% respectivamente, do total de profissionais que atuam no citado IF. O estudo aborda os princípios da gestão democrática e participação, apresenta o percurso metodológico do estudo e os dados produzidos por meio da análise documental e pesquisa de campo. Os resultados apontam que a instituição pesquisada dispõe de vários mecanismos de participação de professores e técnico administrativos na gestão que se materializam em três pilares básicos para a efetivação da gestão democrática: as formas de provimento dos cargos de gestão, a participação na elaboração dos documentos norteadores do trabalho institucional e a participação em órgãos de representação.

As concepções dos estudantes em relação ao protagonismo juvenil no Novo Ensino Médio

“…A expressão protagonismo pode ser associada a mais de um adjetivo, por isso, é necessária uma delimitação. Desse modo, a partir dos autores de referência, discutiremos sobre o protagonismo juvenilo qual relaciona-se diretamente com os jovens e adolescentes VIEIRA, 2006). Contudo, é conveniente um delineamento, devido à -5 O presente estudo procede de uma pesquisa mais ampla denominada Políticas Curriculares para o Ensino Médio, desenvolvida por pesquisadores vinculados ao Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Educação Superior (GEPES/UPF).…”

“…Os autores supracitados, ressaltam que o protagonismo pode contribuir positivamente para o desenvolvimento pessoal e profissional dos jovens, ou seja, para o desenvolvimento e formação integral dos sujeitos. Nesse sentido, defendem que são necessárias vivências que possibilitem a 'participação democrática' tanto na esfera pública quanto no dia a dia dos sujeitos, do mesmo modo que a 'competência democrática' não é algo intrínseco ou que facilmente é assimilado, mas é algo que precisa ser desenvolvida desde o princípio da formação e a escola, indubitavelmente, torna-se um dos melhores espaços para a formação do ethos democrárico (COSTA; VIEIRA, 2006). No momento que os jovens têm sua opinião considerada e que são possibilitados espaços em que sua autonomia é desenvolvida progressivamente, a responsabilidade, a justiça e o respeito solidificam os preceitos básicos para a cidadania.…”

“…Uma vez imbuídos nesse movimento, os jovens terão mais preparo para lidar com a dubiedade e complexidade do viver e agir em grupo. Desse modo, lidar com a multiplicidade e complexidade dos conflitos da vida pública, os quais mesclam predileções de diferentes ordens (individuais, grupais e institucionais) faz parte da formação humana para a vida em sociedade VIEIRA, 2006).…”

“…Sendo assim, ressalta-se que um percurso formativo que se compromete com a efetiva participação dos estudantes pressupõe a relação com a perspectiva democrática VIEIRA, 2006). Por isso, o grande propósito do protagonismo juvenil autêntico é "[...] conquistar, fortalecer e ampliar a experiência democrática na vida das pessoas, das comunidades e dos povos" (COSTA; VIEIRA, 2006, p. 176).…”

“…Por esse viés, delineou-se o seguinte problema orientador: O que dizem os estudantes gaúchos a respeito do protagonismo juvenil após três anos de experiência nas escolas piloto? Como aporte teórico, o estudo segue a perspectiva pluralista e discute as concepções de juventudes, os níveis de participação juvenil na escola e a relação entre os documentos normativos e as práticas escolares VIEIRA, 2006;DEMO;SILVA, 2020;WELLER;CORTI;2019;MOLL;GARCIA, 2014), utilizando a escala proposta por Costa e Vieira (2006) para análise dos - 4 No Rio Grande do Sul, o projeto piloto de implementação do ensino médio encerrou em 2021. A partir de 2022 todas as escolas gaúchas implantaram o novo ensino médio adotando a denominação de Ensino Médio Gaúcho.…”