Os homossexuais e a Aids: sociologia de uma epidemia

História de mulheres com HIV/aids no enfrentamento de violências praticadas por parceiros íntimos sorodiferentes

“…Surgida na década de 1980, a Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (aids) é causada pelo vírus da Imunodeficiência Humana, mais conhecido pela sigla HIV, que torna a pessoa suscetível a uma série de doenças ditas "oportunistas (OLIVEIRA; JUNQUEIRA, 2020;POLLAK, 1990). Viver o HIV e, além disso, desenvolver a aids era causa de inúmeros estigmas (GOFFMAN, 2008), uma verdadeira sentença de morte e que desconstruiu, em grande parte, a crença no poder da ciência médica.…”

“…Contudo, se explicar a aids como sendo o resultado da fúria de Deus contra a homossexualidade e a drogadição era um discurso fácil, a situação se tornou bem mais complexa quando além dos hemofílicos, que, em si, já não pareciam culpados de alguma coisa, também mulheres monogâmicas e crianças apresentaram a doença. Tornou-se imperioso um entendimento menos sustentado na ideia de pecado e punição divina visto que mesmo os "puros" corriam riscos (POLLAK, 1990;SONTAG, 1989).…”

Antropologias do contemporâneo: uma homenagem à Sônia Weidner Maluf

“…Um aspecto menos evidente, mas não menos importante, da politização refere-se à participação de famílias com crianças que apresentam problemas neurológicos na legitimação dos efeitos terapêuticos do canabidiol (e da maconha), em um contexto no qual os médicos sentem-se impedidos de fazê-lo por questões legais, e as mães, impelidas a produzir dados sobre a diminuição da frequência das crises convulsivas. Nesse sentido, o documentário aponta na direção de um processo de politização (POLLAK, 1990), na medida em que mostra a participação da sociedade civil organizada na produção de informações científicas que contrastam com, ou ao menos questionam, a opinião de parte dos especialistas.…”

Sobre idiomas, socialidades em rede e HIV/aids: divulgação científica, subjetividades e o aprimoramento da vida em um blogue brasileiro

“…Conforme assinalado por Pollak (1990) a partir do seu estudo sobre homossexualidade, a liberalização sexual experimentada nos anos 1960 e 1970 em alguns países ocidentais permitiu a reivindicação de um modo de vida homossexual no espaço público, o que fez esmaecer (mas não totalmente) as forças sociais que empurravam esses indivíduos a uma vida marginal, clandestina e que demandava uma gestão de uma identidade sexual "indizível". Pollak (1990) argumenta que a emergência da aids na década de 1980 operou como um retorno à clandestinidade e ao segredo, recolocando, portanto, a injunção de uma economia de conhecimentos sobre práticas sexuais homoafetivas, já que estas se tornaram intimamente associadas ao risco, ao contágio e à doença.…”