ResumoO artigo pretende realizar uma reflexão acerca das novas formas de família na contemporaneidade e as possibilidades de nomeação destas, examinando as transformações de ordem simbólica nos sistemas de nomeação, filiação e relação entre os sexos. Tomando-se como base as teorias de Butler acerca das questões de gênero aliadas ao referencial psicanalítico vincular, põem-se em discussão os pontos de ruptura da norma, os momentos em que o ininteligível exige um nome para si, como uma afirmação da legitimidade da própria existência dos sujeitos. Por meio da análise de uma entrevista, com uma família homoparental masculina por adoção, são levantadas questões acerca dos lugares ocupados na família, do sistema de nomeação desta e de suas implicações vinculares, como efeito da ruptura da norma heterocêntrica. Tem-se assim a explicitação dos efeitos das reinvenções de gênero atrelados ao reconhecimento da alteridade dos sujeitos na relação conjugal e parental. Palavras-chave: família; homossexualidade; relações de gênero; psicanálise.
FAMILY AND NAMING IN CONTEMPORANEITY: A PSYCHOANALYTIC
REFLECTION AbstractThis paper intends to reflect on current family models and the possibilities to name these, examining the transformation of the symbolic order in naming systems, parenthood and relationship between sexes. Based on Butler's theories of gender issues and on psychoanalytic references for the bonds, we point out where the norm is ruptured, the moments in which the unintelligible requires a name: as an affirmation of the legitimacy of the very existence of the subject. Through the analisys of an interview, with a homoparental family by adoption, we will present questions about the roles in the family, the related naming system and its implications for the bonds, as the effect of breaking the heterocentric norm. We will make explicit the effects of gender reinventions linked to the recognition of the otherness of the subjects in marital and parental relationships.