Obstinação terapêutica sob o referencial bioético da vulnerabilidade na prática da enfermagem

Abstract

A tecnologia desencadeia dilemas bioéticos, entre eles a obstinação terapêutica. E frente a esses dilemas enfermeiros priorizam avanços tecnológicos aos saberes reflexivos. O objetivo da presente pesquisa foi o de compreender a percepção do enfermeiro de UTI sobre obstinação terapêutica, à luz do referencial bioético da vulnerabilidade. Como método, utilizou-se a pesquisa descritiva, análise do conteúdo de Bardin, com quatorze estudantes pós-graduandos do Curso de Especialização de uma instituição de ensino superior privada que atuavam em UTI, há mais de um ano, após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa e dos entrevistados. Como resultados obteve-se duas categorias: desconhecimento do conceito; posicionamento, com cinco subcategorias: passividade diante da decisão médica, dificuldade de enfrentar a terminalidade; percebendo negativamente a obstinação terapêutica, sentimentos em relação a terminalidade do jovem e criança, reconhecendo o papel do enfermeiro em relação a terminalidade. Desconhecimento sobre obstinação terapêutica influencia na vulnerabilidade do enfermeiro ao vivenciar tal situação, provavelmente não foi preparado durante a graduação e pós-graduação, principalmente quando os envolvidos são jovens ou crianças. Também estão despreparados a reconhecer quando a recuperação do paciente está em detrimento à tecnologia, necessitando consenso multiprofissional. Enfermeiros reconhecem a necessidade de controle da dor, diminuição do sofrimento e promoção da dignidade. Por fim, evidenciou-se a necessidade de inclusão dos aspectos bioéticos na formação do enfermeiro, pois identifica-se que estes não conhecem o conceito de obstinação terapêutica, porém reconhecem o prolongamento do processo de morte como negativo, principalmente quando estão envolvidos jovens, ainda sim, reconhecem seu papel na terminalidade. Preparar o enfermeiro desde a graduação, para lidar com situações de terminalidade possibilitará uma assistência de enfermagem mais adequada e com menor sofrimento dos envolvidos. Palavras-chave:Assistência paliativa / ética. Papel do profissional de enfermagem. Unidade de Terapia Intensiva. Vulnerabilidade.The technology triggers bioethical dilemmas, including the therapeutic obstinacy, and face these dilemmas, nurses prioritize technological advances to reflective knowledge. The aim of this research was to understand the perception of the ICU nurse about therapeutic obstinacy in the light of bioethical term vulnerability. As a method, we used the descriptive research, analysis of Bardin content, with fourteen graduate students of the Specialization Course of a private institution of higher education who worked in the ICU for more than a year after approval by the Ethics Committee research and interviewed. As a result, there was obtained two categories: lack concept; positioning, with five subcategories: passivity in the face of medical decision, difficulty facing the terminal illness; negatively realizing the therapeutic obstinacy, feelings towards the terminally young child, recognizing the ...

The person-environment relationship in the process of finitude

“…They see their present and future life plans threatened by the possibility of death (4) . At this moment the fear is confirmed, amid denial, revolt, sense of failure, fear or paralysis of all those involved (6) . Therefore, the support of the team with a receptive attitude to the caregiver, offering emotional support to the patient, is essential for them to elaborate the difficult news, the irreversibility of the disease and the guarded prognostic course (17) .…”

“…It is reinforced by a culture that denies and rejects human mortality and reveals the biological dimension as the only one worthy of care. In this context, the damage experienced in the ICU environment for patients in the process of finitude is immense, as they are isolated from their family, lose their autonomy and dignity, and experience their death with stress, sadness, anxiety, suffering and pain (4,6) .…”

Characterization of Patients Eligible for Palliative Care in Hospital Admission Units of a University Hospital

“…Technological advances in health have stimulated the extension of life, but the use of these technologies, in an inadequate way, can promote more suffering to the patient who is with a chronic disease and in an advanced stage. 14 It is necessary to think about the most appropriate path for the application of health services and policies, which provides safe support for these patients until the end of life. 6 The research showed that the age group with the highest prevalence of chronic diseases was between 60 and 90 years old.…”

Scientific production about pain in palliative care: nursing contribution in the brazilian scenario

“…21 Intensive care nurses, in turn, recognize that pain control for both patients and family is paramount, relieving suffering as well as accepting the process of death and terminality. 25 Another study, which investigated how nurses understand palliative care in elderly patients admitted to the Intensive Care Unit (ICU), identified that it is a prerequisite to provide the palliative care with quality, an emphasis on relieving pain and suffering. 26 In this regard, a study that evaluates nurses' perception of the establishment of orthothanasia in ICUs identifies that they understand that, when choosing palliative care, greater pain and suffering in patients is avoided, as long as it is expressed by their will or interpretation by a legal constituent through the living will.…”