Obstáculos para a implementação governamental de dietas saudáveis com base científica e como superá-los

Abstract

O Relatório de Bellagio sobre Agricultura Saudável, Alimentação Saudável, Populações Saudáveis foi baseado em ciência, mas politicamente orientado. Foram amplamente discutidos o papel e a quantidade de nutrientes saudáveis e não saudáveis em alimentos que podem estar subjacentes à epidemia de doenças não transmissíveis em todo o mundo, com atenção ao conteúdo relativo de ácidos graxos ômega-3 e ômega-6, e também de açúcar, especialmente frutose. O relatório conclui que o consumo de açúcar, principalmente na forma de frutose de alta energia em refrigerantes, representa uma grande e insidiosa ameaça à saúde, e a maioria das dietas é deficiente em ácidos graxos ômega-3 e muito rica em ômega-6 ácidos graxos. A reunião estabeleceu que: os governos devem elevar, como uma questão de urgência, a Nutrição para uma posição de prioridade nacional; o acesso a uma dieta saudável deve ser considerado um direito humano; e a responsabilidade principal sobre a Nutrição deve ser colocada nas mãos do Ministério da Saúde, em vez do da Agricultura, para que os requisitos de saúde conduzam as prioridades agrícolas, e não vice-versa.

Análise do consumo de sacarose na dieta dos pacientes em tratamento na Clínica da Faculdade de Odontologia da Ufrgs

“…Uma vez que eles estão presentes na maior parte dos produtos industrializados, como achocolatados, refrigerantes, biscoitos e cereais, que são frequentemente ingeridos pelas crianças. O aumento da ingestão desse tipo de alimento está cada vez mais frequente devido ao seu baixo custo, à praticidade, à rapidez, à durabilidade e à boa aceitação desses produtos [27][28][29] . Além de propiciar o desenvolvimento da doença cárie, o consumo exagerado de açúcares pode trazer muitos danos à saúde dessas crianças, como obesidade [30][31][32] , diabetes [31][32][33] e câncer 31,32 .…”

Alimentação saudável: prevenindo a síndrome metabólica

“…A maioria dos programas de educação nutricional não leva em conta fatores socioculturais e centra-se apenas em transmitir informações, estratégia considerada ineficaz. Este tipo de trabalho está fadado a não atingir os objetivos propostos nos projetos e não obter os resultados esperados, que é a transformação de maus hábitos alimentares em práticas saudáveis [12] . Quanto à forma de implantação do material educativo, o formato impresso é um método de baixo custo, utilizado frequentemente para consolidar a informação verbal passada por profissional de saúde e servir de referência posterior [36,37] .…”

“…O incentivo a hábitos de vida saudáveis que incluam atividades físicas e consumo de alimentos com baixa densidade energética e baixo teor de açúcar, gordura e sódio pode evitar que milhares de pessoas adoeçam [10] . Ou seja, o combate à síndrome metabólica requer um trabalho educativo que considere fatores psicológicos, socioeconômicos e ambientais, bem como a desinformação ou o excesso de informação sobre alimentação e nutrição, que dificultam o acesso a hábitos saudáveis [11,12] .…”