O processo de implantação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência no Brasil: estratégias de ação e dimensões estruturais

Abstract

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi o primeiro componente da Política Nacional de Atenção às Urgências implantado no país no começo dos anos 2000. O artigo analisou o processo de implantação da urgência pré-hospitalar móvel no Brasil. Os métodos incluíram análise documental, entrevistas com coordenadores estaduais de urgência e um painel de especialistas. Utilizou-se o referencial teórico da análise da conduta estratégica da Teoria da Estruturação de Giddens. Os resultados evidenciaram uma implantação do SAMU desigual entre estados e regiões, identificando seis padrões de implantação considerando-se a capacidade dos estados de expandir a cobertura populacional e de regionalizar. As dificuldades estruturais incluíram a fixação de médicos, centrais de regulação mal equipadas e escassez de ambulâncias. Norte e Nordeste foram as regiões mais atingidas. O SAMU está configurado como estratégia estruturante da rede de urgências, mas seu desempenho sofreu o impacto da pouca participação da atenção primária na rede de urgências e principalmente da falta de leitos hospitalares.

Atuação do enfermeiro no serviço de atendimento pré-hospitalar: potencialidades, fragilidades e perspectivas

“…Com isso, no ano de 2000, médicos pertencentes à Rede Brasileira de Cooperação em Emergência (RBCE) denunciaram, em congresso, a ausência de regulação sobre o tema. A partir de então, um grupo de trabalho estabeleceu, juntamente ao Ministério da Saúde (MS), as bases conceituais que constituíram a Política Nacional de Atenção as Urgências (PNAU) (Brasil, 2006;O'Dwyer, Konder, Reciputti, Macedo, Lopes, 2017). A partir de 2011, foi instituída a Rede de Urgência e Emergência (RUE) a qual prioriza a integração dos elementos da atenção de urgência e o investimento menos fragmentado em componentes individuais da política (Brasil, 2011).…”

Integration between Primary Health Care and Emergency Services in Brazil: Barriers and Facilitators

“…The document defined the guidelines for the network, its hierarchical framework, and described components and objectives to be achieved through service regionalization [11]. Evidence shows that the different services that make up the emergency network, walk-in clinics in the state of Parana [13] and Rio de Janeiro [14] and the mobile emergency medical service (SAMU) [15] are not integrated into the Health Care Network.…”

Avaliação de desempenho do serviço de assistência móvel de urgência: uso de condição traçadora em estudo misto

“…Como principais problemas destacam-se aqui a infraestrutura, a dificuldade de estabelecer fluxo regionalizado, atendendo às necessidades dos usuários de maneira organizada, além de questões relacionados à qualidade da própria assistência. Esse cenário aponta para a necessidade de adoção de estratégias governamentais e institucionais, no intuito de adequar a organização do sistema de saúde no âmbito da atenção às urgências e emergências (O'DWYER et al, 2017;NEHME et al, 2016;BITTENCOURT, 2010).…”

“…No Brasil o modelo atual adotado de atenção pré-hospitalar móvel de urgência é o SAMU -Serviço de atendimento móvel de urgência que tem como uma de suas principais atribuições ser porta de entrada no sistema exercendo o papel de observatório da rede de assistência. Anterior ao SAMU, muitos municípios operavam a atenção móvel de urgência adotando modalidades específicas de atendimento ou por meio dos profissionais bombeiros, que historicamente são reconhecidos como responsáveis por esta prática (FERNANDES; TANAKA, 2018;O'DWYER et al, 2017). (O'DWYER et al, 2017;ORTIGA, 2016).…”

“…Anterior ao SAMU, muitos municípios operavam a atenção móvel de urgência adotando modalidades específicas de atendimento ou por meio dos profissionais bombeiros, que historicamente são reconhecidos como responsáveis por esta prática (FERNANDES; TANAKA, 2018;O'DWYER et al, 2017). (O'DWYER et al, 2017;ORTIGA, 2016).…”