R R R R RESUMO ESUMO ESUMO ESUMO ESUMOEste estudo visa elaborar uma leitura dos aspectos semióticos que organizam os espaços de significação no processo da formação cultural brasileira a partir dos processos tradutórios realizados por parte das expedições exploratórias que para os trópicos vieram. Investigam-se, assim, por meio de relações em nível paradigmático e sintagmático, as produções pictóricas dos artistas viajantes dos séculos XVII, Albert Eckhout e Frans Post, e as produções poéticas barrocas de Gregório de Matos, Manuel Botelho de Oliveira e Manuel de Santa Maria Itaparica.
P P P P PALAVRAS ALAVRAS ALAVRAS ALAVRAS ALAVRAS-----CHAVE CHAVE CHAVE CHAVE CHAVERepresentações pictóricas e poéticas do Brasil, o olhar europeu, tradução cultural, BarrocoDa terra, à tela e à letra, o olhar do homem europeu nos Trópicos inaugura um universo de representação que se impõe segundo zonas de tensão entre o centro ideológico da cultura de onde parte (a Europa) e a periferia a que chega (os trópicos). A perspectiva do olhar europeu para com os Trópicos está centrada numa memória mítica do mundo recuperada pela linguagem dos artistas viajantes, que procuram dar sentido aos signos que apreendem do espaço novo que adentram. Os meios de sincronizar os tempos e espaços flagrados no contato sensível com a terra e deslindá-los pela memória acionada ainda aqui ou lá, em seu país de origem, como no caso dos artistas viajantes e dos poetas que aqui produziram seus versos e representaram a terra, são objeto de reflexão deste texto que se tece indagando sobre as relações entre o espaço semiótico construído pela tela dos artistas viajantes e pela letra dos poetas. Expressar o mundo por meio de sinais de qualquer natureza é uma ação que permeia a história humana e lhe dá caráter histórico. No processo de construção do seu olhar, o homem age como um tradutor ao representar os modelos que percebe no espaço. Sua representação é permeada pelo código, pelo sistema de sinais de que se vale para criar em forma de linguagem seu olhar sobre as coisas. A cultura, segundo Yuri Lotman, caracteriza-se por ser um sistema de signos, de informações que são transmitidas por herança (dispositivo da memória) e transformadas por meio de novas formas sígnicas, que podem tanto reforçar como se opor àquelas. Sendo assim, o papel da cultura seria "organizar estruturalmente o mundo que rodeia o homem", 1 tornando possível o 1 LOTMAN. Semiótica de la cultura, p. 70.