O olhar do profissional da Atenção Primária sobre o cuidado à mulher climatérica

Abstract

Com o objetivo de discutir a perspectiva de profissionais de saúde sobre o cuidado às mulheres no climatério na Atenção Primária (AP), foi realizada pesquisa-intervenção por meio de oficinas com uma equipe da Estratégia Saúde da Família (ESF) e do Núcleo Ampliado de Saúde da Família (Nasf) de uma cidade paulista. Os trabalhadores reconheceram a ausência de ações ofertadas às mulheres climatéricas e a invisibilidade das demandas, ao relacionarem as queixas à Saúde Mental e relatarem estratégias de encaminhamento e medicalização do cuidado. Nos encontros, as equipes iniciaram as reflexões sobre as práticas e sugeriram a inclusão dessas mulheres em ações que já ocorrem nos serviços/territórios. Os depoimentos apontam para a inexistência de ações efetivas para as mulheres climatéricas, distanciando-se do cuidado integral na saúde da mulher e da construção coletiva de estratégias de cuidado nos contextos singulares de vida, território e gênero.

A vivência da mulher no período do climatério: revisão integrativa

“…Logo, nos últimos anos tem levantado interrogações com relação a sintomatologia climatérica e sua tendência em comprometer ou não a qualidade de vida da mulher (Assunção, Íris, Barreto, Gonçalves & Dias, 2017). Assim, se faz necessário reconhecer os fatores que comprometem a qualidade de vida dessas mulheres, a fim de formular estratégias para uma vivência desse período com mais facilidade (Luz & Frutuoso, 2021).…”

Sobre todas as flores

“…O climatério é uma fase da vida que se caracteriza pela transição, geralmente entre os 48 e 50 anos, em que o corpo e a vida passam por diferentes adaptações (Luz;Frutuoso, 2021). A menopausa é um marco que corresponde aos doze meses seguidos do último ciclo menstrual das pessoas que menstruam 9 (Brasil, 2008).…”

“…Para alcançar um cuidado integral à saúde, é necessário compreender como se dão as práticas profissionais, a organização dos serviços e o projeto político de cuidado que está presente no cotidiano dos serviços de saúde e das relações que se dão nesses espaços (Luz;Frutuoso, 2021). Apesar dos avanços com relação às legislações e propostas diferenciadas de práticas de cuidado, os modelos de cuidado ainda são voltados para condutas biológico-centradas, sem que haja abertura e olhar para diferentes dimensões da vida, como a sexualidade.…”

“…Este estudo manterá o uso do termo mulher, visto que todas as participantes são mulheres cis que se identificam como cisgênero. e a falta de amparo teórico que permita diferentes formas de produção do cuidado e de relações no encontro em saúde (Luz;Frutuoso, 2021).…”

Acolhimento na Atenção Primária à Saúde e atuação da fisioterapia no cuidado à gestante em caráter coletivo: relato de experiência

“…Em 2016, o Ministério da Saúde (MS) brasileiro lançou o Caderno de Protocolos da Atenção Básica -Saúde das Mulheres e afirma a necessidade de avanços no cuidado integral desse público, diante do contexto histórico de práticas voltadas, predominantemente, à saúde reprodutiva (pré-natal, parto, puerpério e planejamento reprodutivo) e à prevenção de câncer de colo de útero e mama 3 . A Atenção Primária (AP) é o lócus de cuidado a essas mulheres, responsável pelo acolhimento, pela escuta qualificada e oferta de ações de promoção da saúde, entre outras, garantindo a integralidade do cuidado 3 . A APS se sobressai por diferentes modelos, dentre eles destacam-se as Ações Programáticas em Saúde.…”