Artigo adaptado e elaborado a partir de uma das análises de discurso da Tese
INTRODUÇÃOAté a década de 1950, o ensino da Enfermagem, no Brasil, estava centrado no fazer. Os manuais de técnicas (1) , eram as bíblias dos estudantes. A habilidade manual, a capacidade de memorização, a postura na realização das técnicas, além do capricho, organização e perfeição, eram aspectos imprescindíveis, avaliados no ensino.Na década de 1960 (2) , a Enfermagem buscou a cientificidade, por meio das técnicas, mas a sua base científica era fundamentada no saber da Medicina. Nesse período, o ensino e a prática estavam cada vez mais distantes, "(...) favorecendo as contradições e o agravamento da crise de identidade da Enfermagem" (1) . Se fizermos uma análise desse período, até a década de 1980, observamos que a técnica prevalecia no fazer da enfermeira; entretanto, existia um saber, como bem diz Foucault, sujeitado, que foi construído ao longo da sua trajetória profissional e que partiu de uma prática, por ter sido uma profissão fortemente alicerçada no fazer, considerado no campo da Saúde como um conjunto de "saberes hierarquicamente inferiores", "saberes desqualificados pela hierarquia do conhecimento ou da cientificidade requeridas" (3) .