O Enigma De Kaspar Hauser (1812?-1833): Uma Abordagem Psicossocial

Saboya, Maria Clara Lopes

doi:10.1590/s0103-65642001000200007

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“…Esse diálogo demonstra a dificuldade que Kaspar tinha para compreender ideias e conceitos que exigissem abstração. Conforme destaca Saboya (2001): Kaspar Hauser parece não entender as explicações que lhe dão. As pessoas impõem todos os tipos de signos a ele, na certeza de que compreenderá o insólito ambiente que o cerca.…”

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“…Como podemos observar na história de Kaspar, ele não adquiriu plenamente a linguagem no período ideal, ou crítico, conforme Lennenberg (1967) citado por Quadros (2008), o que possivelmente dificultou seu desenvolvimento do pensamento abstrato, isto é, de pensar sobre coisas que ainda não se conhece ou que não são concretas, bem como estabelecer hipóteses, avaliar e fazer escolhas. Para Saboya (2001):…”

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“…Kaspar, de acordo com o filme, viveu na casa do professor até sua morte, que, segundo Saboya (2001), ocorreu por volta do ano de 1833.…”

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O enigma da aquisição da linguagem de Kaspar Hauser à luz do gerativismo

Carvalho

Oliveira

2018

Letronica

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Este artigo relaciona a trajetória do comportamento linguístico do protagonista do filme de 1974, O Enigma de Kaspar Hauser, do diretor alemão Werner Herzog, aos fenômenos de aquisição da linguagem e da competência linguística inata, postulados pelo gerativismo e investiga como eles se revelam na prática de um falante que adquiriu tardiamente a linguagem verbal. A Teoria Gerativista postula a existência de um dispositivo de aquisição da linguagem com o qual o indivíduo nasce e que, em contato com uma língua natural, gera a gramática da língua a que estiver exposto, desenvolvendo a capacidade de comunicação. O presente trabalho é uma análise ficcional em forma de estudo de caso, do tipo descritivo e exploratório, de cunho qualitativo. Esta análise ficcional, relacionada ao gerativismo, corrobora a ideia de que é possível alguém que tenha ficado sem contato com outros humanos, como foi o caso de Kaspar, desenvolver a linguagem verbal ainda que tardiamente, porém com algumas limitações, especialmente relacionadas ao pensamento abstrato que possibilita a compreensão da representatividade dos signos linguísticos.

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