Calcula-se que, no Brasil, entre os anos de 2023 a 2025, a ocorrência de novos casos de neoplasias seja de 7.930 por ano, correspondendo a cerca de 134,81 por milhão em crianças e em adolescentes, e, considerando a faixa etária de 0-19 anos, os cânceres com maior incidência são os hematológicos. Nesse cenário, o Transplante de Células Tronco Hematopoiéticas (TCTH) se torna uma das principais opções terapêuticas para o tratamento dessas neoplasias. Desta forma, se faz necessário que a assistência de enfermagem nesta condição terapêutica seja adequada de acordo com o nível de evolução e complicações apresentadas no tratamento. Descrever a assistência de enfermagem especializada e planejada à criança e adolescente frente às complicações no pós-transplante de células tronco hematopoiéticas. Revisão integrativa da literatura, através da identificação, análise das produções científicas e a organização dos conteúdos, com busca na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), utilizando padronização de filtros: “Base de dados: BDENF-Enfermagem, LILACS e MEDLINE. Idioma: português e inglês. Ano: 2018 – 2023”. A busca foi realizada com auxílio do booleano AND e combinação dos descritores, sendo (1) “Transplante de Células-Tronco Hematopoéticas AND Cuidados de Enfermagem”, (2) “Transplante de Células-Tronco Hematopoéticas AND Pediatria” e (3) “Transplante de Células-Tronco Hematopoéticas AND Oncologia”. Após aplicação dos filtros, foram selecionados critérios de exclusão totalizando uma amostra com 13 estudos para inclusão nesta revisão. Para descrever a assistência de enfermagem especializada e planejada à criança e adolescente pós-transplante de células tronco hematopoiéticas, primeiramente foi necessário descrever as complicações, como doença do enxerto contra hospedeiro (DECH), risco de infecções, seja ela bacteriana, fúngica ou viral, devido à imunossupressão e/ou síndrome da doença veno-oclusiva e suas manifestações clínicas, para direcionar a assistência de enfermagem. A imunossupressão é um grande desafio quando se refere na assistência de enfermagem, considerando que o risco de infecção reflete em diversos fatores, onde pode-se afirmar que a garantia da eficácia do transplante está ligada diretamente à prevenção de complicações evitáveis. A enfermagem é evidenciada com grande importância a partir do conhecimento teórico-científico para o manejo de resolução de problemas e complicações, educação em saúde para familiares e acompanhantes, e a realização da Sistematização de Assistência de Enfermagem, onde o enfermeiro tem papel imprescindível no direcionamento desta assistência. A partir dos resultados e no decorrer da discussão deste trabalho, torna-se evidente a necessidade de uma assistência de enfermagem especializada no atendimento ao paciente no pós transplante de células tronco hematopoiéticas. Após evidenciar tais complicações que estão relacionadas ao tratamento, se faz necessário que a equipe de enfermagem compreenda as manifestações clínicas para que a assistência seja baseada em evidências técnico-científicas. Desta forma, o cuidado se torna centralizado, de acordo com a necessidade do paciente. Além do manejo frente às complexidades, o papel do enfermeiro vai além da assistência, sendo imprescindível a atuação como educador direto com o objetivo de preparar a família e o paciente durante a internação até o momento da alta hospitalar.