O elemento financeiro e a Educação para o Consumo Responsável

Abstract

RESUMO: Neste artigo, discute-se o aspecto financeiro, no âmbito da Educação para o Consumo Responsável. Descreve-se, didaticamente, o cenário financeiro atual, no qual se sobressai a crise financeira mundial. A crise influencia o movimento de estímulo e contenção das economias mundiais e tem reflexos nos padrões de consumo, podendo, em situações de oferta indiscriminada de crédito, favorecer o superendividamento das famílias. Nesse contexto, em 2010, surge, no Brasil, a Estratégia Nacional de Educação Financeira -ENEF, um programa de Estado que visa a educar financeiramente a população. Discute-se, brevemente, esse programa e assume-se a posição de que a educação financeira deve ser inserida no âmbito do consumo responsável, o qual engloba as vertentes meio ambiente, saúde, publicidade, direito e ética. Analisam-se quatro exemplos de fatos/situações noticiados pela mídia, a fim de evidenciar a complexidade envolvida no consumo. Finalmente, situa-se a relação entre a educação para o consumo e o sentido de educação freiriano. Palavras-chave: Educação Financeira; Consumo Responsável; Ensino.

Vulnerabilidade e Educação Financeira: A Visão de Gerentes de Banco

“…O fenômeno de valorização da educação financeira a partir do início do século XXI não se restringiu ao Brasil, mas ocorreu também em outros países (Saleh & Saleh, 2013) com "a emergência de recomendações de governos nacionais para educar os consumidores" (Buaes, 2015, p.110), quando mais de 700 milhões de pessoas tiveram acesso pela primeira vez a uma conta corrente em um banco entre os anos de 2011 e 2014 (Birochi & Pozzebon, 2016).…”

“…Em 2010, a educação financeira passou a ser política de Estado no Brasil, de caráter permanente, com a criação da Estratégia Nacional de Educação Financeira -ENEF, em uma reação do governo ao crescente endividamento da população (Ribeiro & Lara, 2016;Saleh & Saleh, 2013), tendo como objetivos:…”

“…A assimetria de informações pode, contudo, dificultar o processo de educação, resultando na manutenção de boa parte dos consumidores como analfabetos funcionais nas questões de consumo, visto o número elevado de informações com as quais precisam lidar e compreender (Magalhães, Lopes & Moretti, 2017). A educação financeira, nesse sentido, vai além da educação matemática e mesmo da questão financeira, situando-se tanto no âmbito do consumo responsável (Fontenelle, 2017;Saleh & Saleh, 2013) quanto no do combate à vulnerabilidade dos consumidores.…”

“…A construção de sujeitos protagonistas e não espectadores de práticas de educação financeira que combatam a vulnerabilidade passa, portanto, como destacam Dalmoro e Vittorazzi (2016), pelo contexto sociocultural. Ou seja, para que a valorização da educação financeira, na forma de políticas de governo e diretrizes de instituições bancárias (Saleh & Saleh, 2013) se converta em prática efetiva é preciso estabelecer um diálogo entre as diretrizes e o cotidiano das agências bancárias, tendo em vista que o (a) gerente, figura central nesse processo, também vivencia situações de vulnerabilidade.…”

Relações étnico-raciais, de gênero e sexualidade: perspectivas contemporâneas

“…Projeto de extensão da UEPG, intitulado "Educação para o Consumo Responsável" e realizado entre 2009 e 2011, sob a coordenação do Prof. Dr. Abdala Mohamed Saleh. Conferir Saleh & Saleh (2010; legais. Inicialmente só havia tido acesso a essa versão, veiculada na revista Época, n. 569.…”