Analisou-se a relação entre família, escola, serviços de saúde e comunidade, enfocando o cuidado e o desenvolvimento infantil em um bairro de baixa renda de Salvador, Bahia. Entende-se cuidado como atenção de qualidade oferecida por adultos e como construção de projetos de pessoa em práticas cotidianas marcadas por relações de poder. Realizou-se observação participante e entrevistas com moradores do bairro e com profissionais de saúde e educação, a partir das quais foi selecionado um caso típico. Identificou-se , por um lado, diferenças na maneira com que os profissionais falam sobre crianças com desempenho escolar insatisfatório e, por outro lado, a família e os espaços de parentesco, nos quais opera uma forma diferente de pensar a educação e onde as crianças encontram um olhar ampliado sobre suas possibilidades. Destaca-se a importância de que os estudos contemplem os diferentes contextos que integram o cotidiano infantil e que a perspectiva da família e parentes seja valorizada.