RESUMOEste estudo foi delineado de forma qualitativa, e teve como objetivo desvendar como mães aprendem sobre a assistência prestada ao filho internado em centros de terapia intensiva pediátricos. Foi realizado em um hospital geral particular, da Região Sudeste do Brasil. Os dados foram colhidos por meio de entrevista semiestruturada com a mãe e observação participante. Os resultados demonstraram que a mãe aprende observando os profissionais de saúde e por meio das atividades desenvolvidas pela equipe multiprofissional. A mãe aprende a conviver e a compartilhar espaços limitados, tempos de atenção e dedicação ao filho e experiências de outros sobre como cuidar. A convivência educa a mãe e equipe multidisciplinar quando se compartilham crenças que permeiam as práticas cotidianas. Palavras-chave: aprendizagem; hospitalização; família.
ABSTRACT Understanding the Mother's Learning in the ChoreWith the Son in a Pediatric Intensive Care UnitThe objective of this qualitative study was to find out how mothers learn about caregiving to sons interned in pediatric intensive care units. It was carried out at a private hospital in the Southeast of Brazil. The data was collected through semi-structured interviews and participant observation. The results showed that the mother learns by observing the health professionals and through activities undertaken by the multiprofessional team. The mother learns to coexist and to share limited spaces; the periods to attend the son; and experiences of others about how to take care. The interaction educates the mother and the multidisciplinary team when they share beliefs ingrained in the daily activities.Keywords: learning; hospitalization; family. * Endereço para correspondência: Márcia Siqueira de Andrade, Centro Universitário da Fundação Instituto de Ensino para Osasco, Av. Franz Voegeli, 300, Vila Yara, Osasco, S,P CEP 06020-190. E-mail: mandrade@unifieo.br.A hospitalização é um dos eventos que mais podem causar desconforto para o ser humano. No caso de crianças, a internação parece ser momento de desafios e de enfrentamentos, para ela e sua família, pois se afastam de seu meio habitual e "geralmente, passam por muitas situações ameaçadoras, desconhecidas, invasivas ou dolorosas" (Castelli, Lacerda, & Carvalho, 1998, p. 139).Os centros de terapia intensiva (CTIs) pediátricos surgiram da necessidade de aperfeiçoamento e concentração de recursos, para o atendimento a crianças em estado crítico de saúde e instabilidade de vida. Constituem-se de unidades hospitalares, com infraestrutura especializada, que dispõem de assistências médica e de enfermagem ininterruptas, com equipamentos específicos próprios, recursos humanos qualificados e acesso a outras tecnologias diagnósticas e terapêuticas (Vila & Rossi, 2002). O CTI pediátrico pode ser considerado um subsistema aberto, com características específicas, que faz parte de um conjunto de outros subsistemas, que conformam o sistema maior, denominado de instituição hospitalar. É aberto, na medida em que está em constante troca com os demais ...