O objetivo deste estudo consiste em analisar a situação recente da agricultura familiar nordestina, especificamente no que se refere às características socioeconômicas dos agricultores que compõem o Grupo B do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), considerados os agricultores mais empobrecidos. Para isso, fez-se uso dos dados do Censo Agropecuário de 2017, por meio de análises descritivas expostas através de tabelas, gráficos e mapas. Os resultados mostram que os agricultores familiares do Grupo B representavam 89,30% dos beneficiários do Pronaf e 89,22% dos estabelecimentos familiares do Nordeste em 2017. Em geral, a condição socioeconômica desses produtores é fragilizada devido à falta de recursos produtivos, principalmente referentes ao acesso à terra, educação, assistência técnica e tecnologias apropriadas. Isso faz com que a renda obtida pelos estabelecimentos agropecuários seja insuficiente para o sustento da família, tornando-os dependentes de outras fontes de rendimento, sobretudo de receitas advindas de aposentadorias ou pensões e programas governamentais. Assim, a maior parte da renda obtida não é gerada dentro dos estabelecimentos, sendo a finalidade principal da produção desses agricultores o autoconsumo das famílias.