“…De acordo com Simone Lopes Dickel (2020, p. 288), tal propalada novidade não prioriza as desapropriações de terras improdutivas -o que reforça a concentração de riquezas e inibe as ocupações de terras -, assim como retira dos movimentos sociais sua incidência como agentes mediadores na composição de beneficiários da política pública. Além disso, impõe uma concepção privatista da terra que se expressa em políticas que visam à titulação das terras em assentamentos rurais e à regularização fundiária através da legitimação da grilagem (Dickel, 2020;Zeneratti, 2021). Verifica-se, portanto, como definiu recentemente Leonilde Medeiros (2021, p. 1), "o progressivo desmantelamento da institucionalidade anteriormente criada e só aparentemente consolidada, trazendo à tona forças sociais e concepções de rural que pareciam estar superadas".…”