Nutrição parenteral hospitalar: um panorama nacional

Abstract

RESUMOIntrodução: O conhecimento do panorama geral relacionado à prescrição de nutrição parenteral (NP) no Brasil mostra-se de suma importância, uma vez que está relacionado ao desenvolvimento de melhorias do processo assistencial prestado aos pacientes. No entanto, ainda faltam dados nacionais que reflitam as atuais práticas realizadas e evidenciem a necessidade de aprimoramento. O objetivo do presente estudo foi compreender o perfil de uso de NP no Brasil, avaliando as práticas relacionadas à prescrição, bem como estimar a incidência de complicações relacionadas à NP. Método: Trata-se de estudo prospectivo e observacional. Foi realizada uma pesquisa junto a médicos pertencentes a Equipes Multiprofissionais de Terapia Nutricional (EMTN) em todo Brasil sobre a prática de prescrição e manejo de NP. Para tal análise, cada médico respondeu a um questionário, onde informava a forma em que conduzia a terapia nutricional de seus pacientes. Os dados foram compilados para análise do estudo. Cada participante informou sua prática clínica desde a prescrição da terapia até desmame da NP ou saída hospitalar (alta/óbito). Resultados: Ao todo, 16 médicos responderam à pesquisa, totalizando 78 pacientes acompanhados por esses médicos para análise do panorama da terapia nutricional de rotina empregada nos diferentes serviços. A maior parte dos pacientes que receberam NP possuía diagnóstico cirúrgico (71,8%). 89,2% dos pacientes apresentavam risco nutricional, sendo que 41,3% dos pacientes apresentavam desnutrição na avaliação nutricional. O uso de NP exclusiva ocorreu por 35,9% dos pacientes, enquanto a nutrição mista em 64,1%. Referente às características da terapia nutricional utilizada, 46,2% dos pacientes fizeram uso de bolsa pronta para uso, enquanto 53,8% deles fizeram uso de bolsa manipulada. A incidência de complicações foi de 66,7%, sendo a disglicemia a de maior frequência. Conclusão: A NP no Brasil parece ser utilizada conforme as diretrizes nacionais e internacionais. Nota-se uma necessidade de mais estudos que discutam as principais barreiras e dificuldades relacionadas à NP em nosso país.