Narrativas de aulas de matemática: reificações de comunidades de prática

Abstract

Este artigo tem o propósito de analisar formas de desenvolver aulas de matemática (processo) e formas de escrever (produto) esboçadas em narrativas de aulas. Para isso, utilizar-se-á a perspectiva da aprendizagem situada, a fim de promover uma descrição teórica para ilustrar como as narrativas, produzidas por professores de matemática que fazem parte do Observatório da Educação Matemática (OEM-Bahia), se constituem como produtos/processos da conexão entre as práticas sociais de que esses professores participam. Os resultados desta pesquisa apontam que as narrativas podem ser compreendidas teoricamente como (re)reificações de uma comunidade interconectada com outra comunidade (ou outras comunidades) a partir do objeto de fronteira (a tarefa) e do broker (o professor).

Desenvolvimento profissional de professores que ensinam matemática: colaboração e materiais curriculares (educativos)

“…Ao trazer esses conceitos, podemos caracterizar o que falar, ou seja, o conteúdo da comunicação (classificação) nas práticas pedagógicas promotoras de desenvolvimento profissional, como os textos referentes à organização do ensino de Matemática (Franco et al, 2016;Lopes et al, 2016); ao desenvolvimento de materiais curriculares (educativos) relativos a algum conteúdo matemático ou alguma abordagem específica para abordar o conteúdo matemático (Bairral, 2016;Grando & Nacarato, 2016;Silva et al, 2016;Sousa, 2016;Tinti et al, 2016); às atividades que articulem ações de ensino, pesquisa e extensão (Gama & Nakayama, 2016); e às ações de formação continuada para o uso de tecnologias digitais nas escolas (Javaroni & Zampieri, 2016).…”

“…As narrativas escritas ou orais são modos de comunicar as experiências de professores, no interior dos grupos, para a produção e a implementação de materiais curriculares (educativos) referentes ao conteúdo matemático ou alguma estratégia específica para abordá-lo, o que pode ser visto nas reflexões dos artigos de Gama e Nakayama (2016), Grando e Nacarato (2016), Silva et al (2016) e Sousa (2016.…”

“…O segundo grupo diz respeito aos que focam em materiais curriculares (educativos): os projetos relacionados aos artigos de Bairral (2016), Silva et al (2016) e Sousa (2016. O terceiro e último reúne os projetos relacionados com práticas formativas que potencializem o desenvolvimento profissional do professor, referentes aos artigos de Gama e Nakayama (2016), Grando e Nacarato (2016), Javaroni e Zampieri (2016) e Tinti et al (2016).…”

“…No artigo "Narrativas de aulas de Matemática: reificações de comunidades de prática", Silva et al (2016) analisaram formas de desenvolver aulas de matemática (processo) e formas de escrever (produto) apresentadas em narrativas de aulas que compõem um material curricular educativo, elaborado pelo grupo Observatório da Educação Matemática (OEM-Bahia), do qual são membros. As narrativas descreveram as experiências de professores na implementação de tarefas que também compõem materiais curriculares educativos.…”

“…Silva et al (2016) interpretaram as narrativas como reificações que se referem ao produto (que faz parte do material curricular educativo do OEM--Bahia) e ao processo (experiências de participação nas salas de aula). Assim, as narrativas são reificações ocasionadas pela tarefa (objeto de fronteira 5 que conecta o OEM-Bahia e a sala de aula) e pela ação de um professor (o broker, responsável pela conexão entre o OEM-Bahia e a sala de aula).…”