Mucormicose: aspectos epidemiológicos, métodos diagnósticos e condutas terapêuticas

Abstract

A mucormicose, previamente denominada como zigomicose, consiste em uma infecção fúngica causada por fungos da ordem Mucorales, a qual pode ser classificada em seis grupos diferentes, a depender da localização acometida, podendo ser caracterizada como rinocerebral (mais comum), pulmonar, cutânea, gastrointestinal, diversa ou disseminada. Fisiopatologicamente, a mucormicose decorre da invasão tecidual e rápida disseminação do patógeno em tecidos profundos, dando origem a um processo inflamatório intenso, associado à necrose tecidual, especialmente em pacientes imunossuprimidos. A epidemiologia da mucormicose é bastante variada, a depender do país avaliado, sendo que sua incidência depende de diversos fatores e possui baixa prevalência global. Contudo, vale ressaltar que tal infecção ganhou maior relevância no contexto da pandemia do Covid-19 e, apesar de rara, tem sido relatados surtos, em especial na Índia. Em relação às manifestações clínicas e ao prognóstico, eles são diferentes a depender de cada caso, apesar do alto índice de morbimortalidade. No que tange ao diagnóstico, esse é, comumente, tardio e é realizado através da alta suspeição clínica, adquirida na anamnese e exame físico, associado a exames complementares, em especial, imagiológicos e laboratoriais, como histopatologia e culturas. O diagnóstico diferencial é imprescindível, uma vez que outras patologias com apresentações semelhantes devem ser descartadas, no intuito de se estabelecer o tratamento correto e eficaz. O manejo terapêutico é feito farmacologicamente com antifúngicos, como a Anfotericina B lipossomal e a ressecção de tecidos necrosados é o principal objetivo do manejo cirúrgico para tratamento de mucormicoses.

Mucormicose como um diagnóstico raro em investigação de hemoptise

“…A cultura de semeadura de fragmento tem rendimento de 30% dos cultivos (1). Além disso, exames de imagem também são importantes para determinar a extensão da infecção, acompanhamento da evolução do paciente e auxiliam na determinação do local para uma abordagem cirúrgica, sendo eles tomografia ou ressonância magnética (8). O tratamento deve ser iniciado mediante suspeita clínica e possui como objetivo do tratamento consiste em terapêutica antifúngica adequada e desbridamento cirúrgico dos tecidos envolvidos.…”

“…A mucormicose é uma infecção fúngica grave oportunista incomum, com surgimento principalmente em pacientes imunocomprometidos. É causada por fungos da classe dos Zigomicetos, ordem Mucorales e Entomophthorales (3,8). É mais comumente encontrada em imunossuprimidos, tais como portadores de HIV, HTLV, pacientes diabéticos mal controlados ou em cetoacidose diabética, portadores de neoplasias com destaque às linfoproliferativas, pós transplantados, grandes queimados e pacientes em uso de corticoterapia (6).…”