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Discourse, power and mobility of the smart city agenda in Brazil

“…The definition of the meaning of smart city possesses a social relevance insofar as it is a discourse that mobilizes political agendas, as well as implying the supply of a set of urban services and equipment, the lack or still incipient state of which is already causing profound socio-spatial inequalities in the Brazilian context (Oliveira et al, 2022).…”

“…By contrast, the Brazilian Charter is presented as a proposal for a national agenda, a guideline instrument that local entities are invited to adapt. This upscaling signifies locating the smartization process on a scale that affords greater robustness and increased financial and regulatory competence for the shaping of urban policies (Oliveira et al, 2022). We are undoubtedly witnessing the normatization of a new public-private arrangement, making it essential for us to understand whether it is merely a reformulation of neoliberal regulatory devices that aim to capture public funds, liquidate public assets and privatize public services, or whether there exists the possibility of an emancipatory dimension to technological implementations, sharing the benefits of technology throughout society (Mazzucato, 2014).…”

Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS)

“…Tratar-se-ia, assim, de grandes "cérebros urbanos" que, ao prever a convergência de dados urbanos e a colaboração de diferentes agências públicas, reestruturam a modelo gerencial urbano. No Rio de Janeiro, o Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), resultado da coalizão internacional público e privada para a realização dos megaeventos, institui um arranjo sociotécnico para organizar a segurança pública em que os dispositivos tecnológicos e a informação são hierarquicamente controlados pela Polícia Militar (PM) (KRAUS et al, 2022). Devido ao histórico de atuação violenta da PM na cidade, o centro corre o risco de assumir conotação despótica, que se afasta completamente do discurso que apresenta cidades inteligentes mais participativas e humanas (KRAUS & FARIAS, 2020).…”

“…Inicialmente pautada por organizações internacionais, empresas de consultoria e provedores de tecnologia, a agenda smart ocupou de forma crescente o debate acerca do futuro das cidades. No Brasil, são inúmeros os projetos e iniciativas que, por intermediação tecnológica, atingem a oferta de bens, serviços e equipamentos urbanos como, por exemplo, redes inteligentes de energia (smart grid), centros de comando e controle e sistemas inteligentes de mobilidade (OLIVEIRA et al, 2022). Às iniciativas registradas em algumas cidades, soma-se o mais recente esforço de federalização da agenda smart que culmina com a instituição da Política Nacional de Cidades Inteligentes e a apresentação à Câmara dos Deputados do texto do PL 976/21 (BRASIL, 2021).…”