Medicamentos na pandemia da COVID-19: Análise da comercialização de azitromicina, hidroxicloroquina, ivermectina e nitazoxanida no Brasil

Abstract

A infecção por coronavírus (COVID-19) já afetou mais de 22 milhões de brasileiros, causando mais de 600 mil mortes. Até que as vacinas estivessem disponíveis, houve no Brasil intensa busca por medicamentos candidatos promissores para o tratamento da doença incluindo, antibióticos, antimaláricos, antiparasitários e agentes imunossupressores. Apesar das intensas investigações ainda não existem medicamentos seguros e eficazes baseados em evidências científicas contra esse vírus. O objetivo do presente trabalho foi avaliar o impacto da comercialização dos medicamentos azitromicina, hidroxicloroquina, ivermectina e nitazoxanida no Brasil durante o período pandêmico da COVID-19 de 2020. Os dados de comercialização dos medicamentos foram retirados do Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC). Os resultados evidenciaram que, entre os medicamentos investigados, a azitromicina foi a mais comercializada no país, seguida da hidroxicloroquina, ivermectina e nitazoxanida. A região brasileira com maior consumo desses medicamentos foi a Sudeste, seguido da região Sul, Nordeste, Centro-Oeste e Norte. A partir das informações analisadas no estudo, concluímos que houve um potencial consumo no Brasil dos medicamentos investigados, sobretudo de azitromicina. Esses dados servem de alerta para elaborações de estratégias públicas futuras que instruem adequadamente a população e profissionais de saúde sobre os riscos do uso de medicamentos sem segurança e eficácia comprovada contra a COVID-19.

Comparação do perfil de venda da azitromicina antes e durante a pandemia do COVID-19 no interior da Bahia

“…Na comparação de vendas entre o período pré-pandêmico e pandêmico de cada região, houve um total de 94.274 unidades de caixas ou frascos a mais em 2020 do que em 2019. As regiões Nordeste e Centro-Oeste apresentaram um acréscimo nas vendas (22) .…”