Objetivo: verificar conhecimentos e práticas da equipe de enfermagem de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) acerca do cuidado ao idoso para prevenção e monitorização do delirium. Método: pesquisa-ação com nove enfermeiras e uma técnica em enfermagem. Os dados foram coletados em uma oficina pedagógica e utilizou-se a análise de conteúdo. Resultados: as entrevistadas demonstraram conhecimento superficial sobre a manifestação do delirium, expresso por agitação, falas desconexas, alucinações e perda súbita de memória. Informaram apenas a necessidade de medidas de reorientação para prevenir novos episódios e o uso de antipsicóticos/sedativos e imobilização no leito para controle do quadro. Na prática, detectam a disfunção exclusivamente mediante sinais clínicos, a previnem com reorientação e promoção do sono e controlam o quadro com contenção física e medicamentos prescritos. Conclusão: as participantes mostraram conhecimento incipiente sobre a temática, o que repercute diretamente nas práticas efetuadas para prevenção e monitorização do delirium na unidade locus. (1) . Devido a sua comprovada associação com o aumento da morbidade/mortalidade, custos hospitalares e comprometimento neurocognitivo pós-alta, o delirium já é reconhecido como um problema de saúde pública, demandando gastos de 4 a 16 milhões de dólares ao ano apenas nos Estados Unidos (2) . Nesse sentido, enfatiza-se que a adoção de estratégias preventivas para a redução de sua incidência devem ser introduzidas e utilizadas como indicadores de qualidade no ambiente de cuidados críticos (3) . Em face do exposto, considerando que a equipe de enfermagem ocupa um papel de destaque no cuidado ao idoso grave, sendo a categoria profissional que mais executa cuidados à beira do leito, encontra-se, por conseguinte, em posição privilegiada para instituir medidas preventivas, identificar precocemente sinais de delirium, aplicar as escalas validadas e acompanhar a evolução do quadro, implementando intervenções apropriadas para reduzir a sua duração.Apesar do impacto e da magnitude da ocorrência do delirium no idoso crítico, estudos internacionais têm demonstrado que enfermeiras apresentam conhecimento limitado sobre a temática, subestimando a gravidade do problema. Apenas uma pequena parcela (37%) tem utilizado ferramentas validadas para detecção do quadro (4)(5) .No que tange ao cenário nacional, com base em pesquisa eletrônica realizada em outubro de 2015, no Portal da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), utilizando o cruzamento do descritor "enfermagem" com a palavra-chave "delirium", apenas duas produções sobre a temática foram encontradas, sendo uma delas com foco em escala específica para a detecção do quadro no paciente internado na UTI e a outra abordando opiniões/ percepções da enfermagem acerca do delirium, ratificando a escassez de publicações da enfermagem brasileira sobre esse importante distúrbio.Diante dessas considerações e da relevância da problemática, o cuidado efetuado pela enfermagem para a prevenção e a monitorização do delirium no idoso crític...