Os livros biográficos, no Brasil, representam um lugar privilegiado para as histórias de vida de pessoas conhecidas ou anônimas. Temos como objetivo, portanto, neste artigo, refletir sobre o processo de produção das biografias de João Gilberto e Caetano Veloso, ambas escritas por jornalistas, a partir de dois operadores metodológicos, que são a memória e o testemunho. A análise das obras, tendo como referência esses operadores, nos possibilitam indicar que o jornalismo testemunhal amplia as temporalidades do campo, antes visto especialmente pela lógica do tempo presente, e passa a ser também um poderoso agente de memória cultural.