“…Deve-se considerar, ainda, que além do aspecto da sexualidade, o adoecimento cardíaco compreende modificações na rotina familiar, nas relações estabelecidas, nos papéis desempenhados e no estilo de vida� A alteração nas formas de viver e se relacionar com o mundo vivenciadas no âmbito da família e da sociedade implicam, inevitavelmente, em rearranjos do estilo de vida� Nos depoimentos retratados, tanto os pacientes infartados quanto os cônjuges indicaram mudanças do status social e, em casos extremos, na condição econômica decorrentes das implicações da DAC. Dentre essas, a impossibilidade do exercício das funções laborais, mesmo que em caráter temporário, tende a reverberar na família como um todo na medida em que o indivíduo infartado pode necessitar em maior ou menor escala do auxílio da rede familiar e social para manter ao sustento financeiro e os gastos com o tratamento, o que incrementa ainda mais o sentimento de impotência e fracasso pessoal (Biasi & dos Santos Thomé, 2018)� Para além dos impactos das limitações no paciente, os participantes também enfatizaram as repercussões no estilo de vida da díade, havendo modificações na convivência e na forma com que se constituem as atividades da vida diária, em alinhamento com as limitações do infartado. O estilo de vida correlacionado à forma de pensar a vida, que se expressa através do medo da morte iminente sequente ao infarto foi apontado como impacto�…”