Este artigo objetiva refletir sobre alguns desafios enfrentados pela escola pública para garantir o acesso da leitura literária aos estudantes, em contexto de retorno às aulas presenciais após o período mais agudo da pandemia por Covid-19. Para tanto, considera a utilização de estratégias de leitura que promovam a proficiência leitora, a partir de uma perspectiva sociointerativa-cognitivista do processo de leitura, respaldada por estudos teóricos de Solé (1998) e Tedesco (2012/2013). Para tecer considerações sobre a formação de hábitos de leitura, a pesquisa apresenta a análise de dados extraídos de um questionário aplicado entre março e abril de 2022 para 84 alunos, não identificados, de 6º ano de duas escolas da Rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro[1], fundamentando-se na pesquisa de Paulino e Cosson (2009/2020/2021) no que se refere ao conceito de letramento literário. Alguns dos resultados obtidos apontam para a necessidade de garantir maior frequência dos estudantes à Sala de Leitura, espaço de acesso a livros de diferentes gêneros nas escolas municipais do Rio de Janeiro, tendo em vista o diminuto acesso à leitura, ao longo do período de isolamento consequente da pandemia; também é preciso implementar práticas diárias de leitura, inseridas no currículo escolar, assegurando a diversidade e a qualidade estética das obras do acervo; além de valorizar o papel dos professores que exercem significativa influência no desenvolvimento do gosto pela leitura dos alunos[1] Escola Municipal Camilo Castelo Branco e Escola Municipal Francisco Cabrita, pertencentes à 2ª CRE (Coordenadoria Regional de Educação- RJ).