Há centenas de anos, o enfermeiro é conhecido por ser mais ligado ao cuidado de enfermos que qualquer outraclasse profissional e, apesar de ser caracterizada como uma profissão “prática”, sua atuação depende inteiramente doconhecimento técnico científico e aprimoramento profissional constante.Nas últimas décadas, tem-se observado o expressivo avanço de tecnologias, o que impacta de diferentes formasa sociedade, meio ambiente e campo social e econômico. O trabalhador vivenciou a necessidade de adaptar-se anovas situações em seu ambiente de trabalho e a atuação do enfermeiro, especificamente, sofreu intensas e significativas mudanças. O advento das novas tecnologias em saúde, como tudo aquilo que é novo, trouxe também medoe angústia, sentimentos que, na prática de enfermagem, podem repercutir em situações de afastamento do cliente(1).A incorporação de novas tecnologias criou necessidades que vão muito além de aprender a manusear um novoequipamento. Torna-se imprescindível entender seu conceito, para que seja possível avaliar sua necessidade de utilização, identificar o mau funcionamento, proceder com ajustes e regulagem, bem como empregar técnicas de higienização adequadas(2). Para tal, é necessário que o enfermeiro possua disponibilidade para aprender as novas técnicas eutilizá-las a seu favor no cuidado(1).Confrontados com tais demandas, esses profissionais podem apresentar respostas sintetizadas em duas categorias: aqueles que não querem dominar a tecnologia e os que superam seus receios e se interessam em adquirirnovos conhecimentos. Para estes, o principal processo é o enfrentamento do natural estranhamento concomitante àutilização de meios para adquirir o entendimento necessário à utilização dos novos equipamentos e métodos(1). Parao primeiro grupo, há de se considerar que o medo e a consequente resistência aos novos aparatos podem influenciar negativamente na assistência, no sentido de privar o paciente de instrumentos e mecanismos que poderiam seressenciais ao cuidado e recuperação do paciente.Além do desafio de enfrentar seus receios para lidar com o novo e desconhecido, as equipes de enfermagemprecisam cuidar-se de outros fatores importantíssimos: o fato de o desenvolvimento tecnológico estar atrelado,muitas vezes, a organizações de trabalho e produção que impulsionam, enfaticamente, a atividade para a melhoria darelação custo-eficiência-benefício, tornando as relações enfermeiro-paciente pouco humanas(2) e também ao fato deque o uso irracional de tecnologias pode ser mais prejudicial do que benéfico. Em situações como o parto(3), e muitasoutras, quando não se priorizam as tecnologias apropriadas e estritamente necessárias, pode-se ferir o princípio denão maleficência e causar transtornos irreversíveis ao paciente.Considerando as dificuldades apresentadas e que uma das atribuições do enfermeiro é garantir uma assistênciasegura e de qualidade, torna-se imperioso que esse profissional esteja apto à adoção de técnicas que permitam n