Implicações da pandemia da COVID-19 sobre o consumo de produtos com fins profiláticos controversos no estado da Bahia, Brasil

Abstract

A pandemia de COVID-19 influenciou padrões de comportamentos da população brasileira, principalmente no que tange os cuidados com a saúde. O uso não orientado de remédios caseiros, suplementos, especiarias e medicamentos alopáticos propagado principalmente pela internet, redes sociais e aplicativos de mensagens provocou um aumento na procura por esses produtos com a finalidade de prevenir ou tratar manifestações clínicas provocadas pelo novo coronavírus. Desta maneira, o objetivo desse estudo foi constatar mudanças no consumo de itens popularmente conhecidos no tratamento de síndromes gripais e identificar as fontes mais utilizadas pelos participantes para buscar informações sobre a pandemia e orientações terapêuticas para tratar a COVID-19. De metodologia exploratória descritiva, este estudo coletou dados através de questionário on-line em uma amostra da população baiana, com 323 participantes. Os resultados mostraram que houve aumento significativo no consumo de algumas vitaminas e suplementos (média de 22%), especiarias e alimentos (média de 58%) e fármacos (média de 15%). A internet foi a principal fonte de informação sobre a pandemia (86,3%), contudo 95% dos entrevistados afirmaram que profissionais de saúde eram capacitados para recomendar terapias adequadas para COVID-19. Portanto, o uso racional e orientado de quaisquer suplementos, medicamentos e formulações caseiras deve ser imperativo frente a qualquer doença, a exemplo da COVID-19, e apesar dos benefícios propagados pelo conhecimento popular, a autossuplementação inadequada e uso de medicamentos sem a devida segurança e eficácia comprovadas, podem causar reações adversas ou mesmo danos irreversíveis a saúde.