A Copa do Mundo de Futebol Masculino de 2022, ocorrida no Catar, chamou atenção pelas multinacionalidades dos atletas e pela composição transnacional das seleções participantes. O objetivo deste artigo é promover um debate em torno desse esporte enquanto face da atual etapa da globalização, que rompe com fronteiras do passado e interrelaciona fluxos migratórios da força de trabalho com a questão da nacionalidade (ou dupla nacionalidade) dos atletas. Trabalhamos tomando por base as duas seleções finalistas, Argentina e França, que apresentam notáveis diferenças a respeito do local de nascimento e da cidadania de seus atletas. Entendemos que o futebol reflete, cada vez mais, os efeitos de um mundo globalizado no qual o poder econômico se faz sentir progressivamente na vida profissional dos craques da bola. A produção cartográfica configura-se como importante etapa metodológica neste trabalho.