A entomofauna de serapilheira destaca-se pela sua elevada abundância, diversidade, importância ecológica e sensibilidade a alterações ambientais. Dessa forma, apresentam grande potencial como bioindicadores da restauração ecológica. O objetivo deste estudo foi avaliar a dinâmica populacional e a composição da entomofauna da serapilheira (Classe Insecta) em áreas com diferentes técnicas de restauração ecológica no Parque Nacional da Serra do Itajaí. Foram determinadas quatro áreas amostrais, sendo: floresta nativa (área referência), regeneração natural, transposição de galharia e rugosidades no solo. As coletas foram realizadas no período de agosto/2014 até agosto/2015, bimestralmente, a partir da instalação de armadilha pitfall e funil de Berlese-Tüllgren. Foram analisados parâmetros de abundância, número de famílias, similaridade, composição, dinâmica populacional das famílias mais abundantes e correlação com fatores ambientais. Foi coletado um total de 16.062 indivíduos, distribuídos em 15 ordens e 104 famílias. Não foram observadas diferenças significativas na abundância e no número de famílias entre as áreas amostrais. A área de regeneração natural apresentou o maior percentual de similaridade com a área de floresta nativa. A temperatura foi único fator ambiental que influenciou significativamente na abundância das famílias Staphylinidae, Ptiliidae, Curculionidae (Coleoptera), Cercopidae, Aphidiae (Hemiptera) e Gryllidae (Orthoptera). A composição de famílias variou significativamente entre as áreas amostrais. Conclui-se que famílias da entomofauna da serapilheira apresentam potencial para uso como bioindicadores no monitoramento da restauração ecológica. A temperatura é uma variável que deve ser considerada na definição e implantação das estratégias de restauração de modo a favorecer o restabelecimento da entomofauna de serapilheira.