Conhecemos o quadro histológico da regeneração das fibras nervosas graças a Purpura 58 , Perroncito 52 > 53 < 54 e Cajal 8 > 10 . Purpura usou o método de Golgi demonstrando numerosas divisões fibrilares. Perroncito demonstrou que, 3 horas após a secção de um nervo, ocorrem modificações estruturais semelhantes às que se observam nas fibras nervosas embrionárias em vias de crescimento: a fibra emite colaterais que se enovelam; ulteriormente crescem novas colaterais que invadem o tecido conjuntivo circunvizinho; tais colaterais terminam, 7 a 10 dias após a secção, por delicados filamentos muito semelhantes às terminações dos axônios nas culturas de tecidos. No ponto de secção as fibras neoformadas se enovelam devido ao tecido conjuntivo cicatricial; uma vez passada esta barreira elas se insinuam entre as células de Schwann, também proliferadas. Cajal estudou o nervo seccionado em suas duas porções: a periférica, condenada à atrofia e a absorção, sem poder de regeneração, embora possa dar, às vezes, nascimento a algumas fibrilas, e a central, dotada de poder de regeneração. Em ambas, as células de Schwann proliferam, formando, dentro da primitiva bainha de Schwann, uma cadeia de células jovens (Bungner 7 ) que enchem o espaço antes ocupado pelo axônio. Essas células englobam e digerem os produtos da degeneração e elaboram substâncias neurotrópicas destinadas a orientar a direção dos brotamentos neurofibrilares dispersos pela cicatriz. A regeneração se faz por brotamentos que se iniciam nos dois primeiros dias, surgindo a certa distância do ponto de secção, na estrangulação de Ranvier mais próxima, em uma zona intumescida (zona germinativa). Os filetes neoformados terminam em anéis ou diminutas bolas argentófilas.