Introdução: O tétano consiste de uma doença infecciosa grave causada por uma exotoxina produzida pelo Clostridium tetani. Ocorre majoritariamente após exposição ao agente em ferimentos superficiais ou profundos causados por material contaminado. As manifestações consistem em contrações musculares involuntárias inicialmente na região afetada e posteriormente na musculatura facial, cervical e abdominal, em estágios mais avançados pode ocorrer disfagia, dispneia e óbito. A prevenção é oferecida gratuitamente em todo território nacional pelo Sistema Único de Saúde (SUS), com as vacinas pentavalente, dT, DTP e dTpa. Objetivos: Descrever os dados epidemiológicos nacionais do tétano acidental entre os anos de 2012 a 2022, além de destrinchar seus principais conceitos, etiologias e manifestações. Metodologia: Trata-se de um estudo observacional transversal com análise de dados secundários advindos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e Sistema de Informação em Mortalidade (SIM), acerca dos casos de tétano acidental notificados no Brasil no período de 2012 a 2022. Resultados: O total de casos e mortes por tétano acidental foi de, respectivamente, 2.609 e 846. A morbi-mortalidade por tétano acidental foi mais prevalente no Nordeste, em faixas etárias após os 30 anos e em indivíduos com ensino médio incompleto. O sexo masculino (84,86%) teve maior prevalência quando comparado ao feminino (15,139%). Conclusão: No período analisado foi uma tendência a redução da incidência da patologia, com diminuição maior nos anos de maior isolamento social pela pandemia do Covid-19, com predomínio dos casos a partir dos 40 anos, no sexo masculino e em pessoas com baixa escolaridade, com manutenção da elavada mortalidade, podendo a correlação dos dados analisados com o perfil de vacinação nacional orientar políticas públicas de maior eficácia para a população.