Resumo: Passados mais de 500 anos do início do processo colonial, pessoas negras e indígenas ao redor do mundo, notadamente no Sul Global, sofrem com estigmas, preconceitos e violências legados pelos processos de racialização. Nesse estudo, cotejamos os legados teóricos e metodológicos das pesquisadoras negras Virgínia Leone Bicudo e Grada Kilomba, contribuindo na percepção de que a localização social dos corpos racializados e generificados de ambas as pesquisadoras são instrumentos fundamentais para os deslocamentos teórico-metodológicos propostos em suas obras. Aproximamos, assim, suas investigações no tocante ao lugar que a raça ocupa na questão da colonialidade e no fazer ciência, apontando possíveis contribuições às reflexões clássicas da teoria sociológica em nosso país. A partir das obras analisadas, vislumbramos, ainda, possibilidades de instituição de contradiscursos ao projeto colonial.