O presente artigo objetiva problematizar o conceito de dramaturgia originalmente conhecido e difundido desde os escritos de Aristóteles no livro Poética. Abordou-se como ideia de contradramaturgia uma noção que está imersa em uma complexidade filosófica de “saberes e fazeres” afro-ancestrais, visto que o conceito de dramaturgia não dá conta das necessidades basilares das danças afro-brasileiras. Como suporte teórico-filosófico foram utilizadas reflexões de pensadores/as que fazem uso de epistemologias africanas, afro-brasileiras e anticoloniais. Defendeu-se a tese que as necessidades organizacionais das narrativas e corporeidades pretas, apresentadas a partir de suas danças afrodiaspóricas estão conectadas à sinuosidade corpoexistencial do pensamento e à circularidade dos acontecimentos. Os caminhos metodológicos desenvolvidos fazem parte de um conjunto de ações teórico-práticas sobre presença cênica e corporalidades afro-brasileiras em cena desenvolvidas ao longo da atuação como artista-pesquisador.