Resumo: O artigo objetiva analisar a difusão dos preceitos educacionais racionalistas voltados à educação dos trabalhadores e seus filhos, realizada em veículos da imprensa anarquista, durante as primeiras décadas do século XX. Com base em amostras de textos publicados nos jornais A Luta, de Porto Alegre; A Voz do Trabalhador, do Rio de Janeiro e A Lanterna, de São Paulo, pretende-se observar os argumentos em defesa do racionalismo pedagógico, em suas relações com a construção da imagem e da memória do pedagogo Francisco Ferrer, fundador da Escola Moderna. Parte-se do princípio de que, nas décadas iniciais da República, intensificou-se a organização do operariado urbano, e a educação escolar desse grupo passou a ser vista como um importante campo de batalhas ideológicas, momento em que a imprensa se tornou uma das principais armas de combate e de divulgação de concepções, dentre elas, a racionalista. Assim, essa discussão pretende contribuir para a ampliação do conhecimento sobre as primeiras iniciativas de educação escolar para os trabalhadores fora do âmbito estatal no Brasil.