Frente à urgência de problematizar as mudanças trazidas pelas CNE/CP nº 2/2019 que institui as atuais Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial de Professoras(es) para a Educação Básica e estabelece a Base Nacional Comum para a Formação Inicial de Professoras(es) da Educação Básica (BNC-Formação), discutimos o lugar das humanidades na formação docente para atuação na educação infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Para tanto, procedemos, inicialmente, à análise documental das legislações nacionais referente à formação de professoras(es): Resoluções CNE/CP nº 1/2002, nº 2/2015 e nº 2/2019 e CNE/CP nº 1/2006. Na sequência, realizamos entrevistas e aplicamos questionário à 18 coordenadoras(es) de cursos de pedagogia, de universidades federais de diferentes regiões do país, que se disponibilizaram a colaborar com a pesquisa. Dos dados produzidos, destacamos três dimensões que discutimos a partir da perspectiva teórica de Biesta (2021), Nussbaum (2015) e Dalbosco (2015, 2019, 2021, 2022): a) Posicionamento acerca da Resolução CNE/CP nº 2/2019; b) Considerações sobre a linguagem da aprendizagem de competências e habilidades na formação docente; e c) Pontos de vista no que diz respeito ao espaço destinado aos estudos em humanidades nessas licenciaturas. A partir de um movimento hermenêutico, realizamos um exercício de escuta, interpretação e reflexão, que nos permitiu melhor entendimento da condição atual e a realidade próxima de transformações a ser enfrentada por tais cursos.