O objetivo deste trabalho é apresentar os resultados de uma pesquisa que visou analisar a gestão do capital de giro, sob a perspectiva do modelo dinâmico, das operadoras de planos de saúde (OPSs) brasileiras no período de 2012 a 2016. Tal estudo pode ser classificado como descritivo e quantitativo. Foram coletados dados financeiros anuais de 818 operadoras classificadas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) nas seguintes modalidades: autogestão, cooperativa médica, cooperativa odontológica, filantropia, medicina de grupo e odontologia de grupo. Os dados foram analisados por meio das técnicas de estatística descritiva e da estatística do qui-quadrado. Os resultados obtidos na pesquisa empírica demonstram que as estruturas financeiras das OPSs, que evidenciam aspectos da gestão de seu capital de giro segundo o modelo dinâmico, são discrepantes entre as diferentes modalidades de operadoras. Tal constatação foi estatisticamente significativa em todos os anos analisados, conforme a estatística do qui-quadrado. Apesar dessa constatação por modalidade, é importante ressaltar que, no geral, todas operadoras apresentaram uma deterioração de suas estruturas financeiras entre os anos de 2015 e 2016: verificou-se um aumento geral na necessidade de capital de giro dessas organizações, reduzindo sua liquidez. Palavras-chave: Gestão do capital de giro. Modelo dinâmico. Operadoras de planos de saúde. Estrutura financeira. 1 INTRODUÇÃO Diante da competitividade das últimas décadas no ambiente corporativo, geralmente a gestão adequada dos recursos financeiros da empresa passa a ser um importante fator de sobrevivência. Nesse contexto, destaca-se a gestão de capital de giro (GITMAN, 2010). Segundo Ukaegbu (2014), o objetivo da gestão do capital de giro é garantir que a empresa esteja hábil a pagar suas obrigações de curto prazo adequadamente. Ambrozini et al. (2014) destacam que a análise do capital de giro não deve se restringir à análise estática do capital de giro líquido ou aos indicadores de liquidez tradicionalmente usados em análises de demonstrações financeiras. Nesse sentido, Camargos et al. (2014) ressaltam a importância do emprego do modelo dinâmico (ou modelo Fleuriet), que realça, essencialmente, a análise de contas relacionadas à gestão do capital de giro da empresa. De acordo com Vieira (2008), a partir dos valores apresentados pelas empresas para cada uma das variáveis básicas do modelo dinâmico, é possível classificar suas estruturas financeiras e compreender melhor sua gestão do capital de giro. Segundo Araújo et al. (2013), com base na classificação das estruturas financeiras, as empresas podem ser categorizadas em: excelentes, 1 Como citar este artigo: AVELAR, Ewerton Alex; SOUZA, Antônio Artur de. Gestão do capital de giro em operadoras de planos de saúde: uma análise sob a perspectiva do modelo dinâmico. ForScience: revista científica do IFMG,