“…Decerto, as crianças e adolescentes em sofrimento psíquico tendem a sofrer mais com isso, tendo em vista que a sobrecarga familiar e a falta de envolvimento da família no plano terapêutico dentro dos serviços de saúde podem gerar comportamentos violentos dos cuidadores. 4 O abuso sexual na infância e na adolescência tem grandes repercussões na vida adulta, sendo evidenciado na literatura na esfera mental, como a identificação de depressão, transtorno de estresse pós-traumático e tentativas de suicídio; repercussões físicas, como a síndrome metabólica e o aumento de peso por compulsão alimentar, o que predispõe a outros adoecimentos, a exemplo das doenças cardiovasculares; repercussões sexuais, como o risco de contrair Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST); e repercussões sociais, como tornar-se uma morador de rua enquanto alternativa para fugir da agressão sexual que geralmente ocorre por um parente. 5 Com efeito, a violência atravessa a atenção em saúde mental, pois as vítimas podem evoluir com sofrimento psíquico, necessitando de acompanhamento por uma equipe multiprofissional que ofereça acolhimento e façam intervenções coerentes com adoção da avaliação e da prática clínica.…”