Fatores associados à adesão terapêutica em idosos diabéticos assistidos na atenção primária de saúde

Abstract

Resumo Este estudo investiga os fatores associados à adesão terapêutica em 150 idosos diabéticos assistidos em serviço gerontogeriátrico de natureza ambulatorial no Nordeste do Brasil. Dentre os idosos, 27,3% autorreferiram adesão integral à terapêutica. Na análise bivariada a adesão esteve associada com a autopercepção da saúde, crenças no uso dos remédios, entendimento das explicações sobre o diabetes e profissional responsável pelas orientações sobre o tratamento. Após análise ajustada, apenas as crenças no medicamento foram significativas ao comparar a não adesão com a adesão integral (OR = 9,65; IC95% 1,6;56,6) e a não adesão com a adesão parcial (OR = 18,15; IC95% 3,5;95,4). Conclui-se que a adesão integral ao tratamento para o diabetes é baixa e está associada às crenças nas medicações utilizadas para o controle da doença. Faz-se necessário o desenvolvimento de estudos adicionais para melhor definir o papel das crenças em saúde e as práticas de cuidados entre idosos assistidos na atenção básica de saúde.

A influência do tratamento medicamentoso na qualidade de vida de diabéticos

“…Outros estudos relatam que um dos maiores desafios encontrados pelos profissionais de saúde é a baixa adesão das pessoas com diabetes ao tratamento, no qual se insere o tratamento medicamentoso (19,22) . Dados que não corroboram os achados do presente estudo.…”

Caracterização de pacientes diabéticos tipo 2 em uso recente de insulina: estilo de vida e sintomas depressivos

“…Como os pacientes do presente estudo são provenientes do Sistema Único de Saúde, uma possível explicação para o alto índice de descontrole referido é o número limitado de opções de hipoglicemiantes orais disponibilizados, além da má adesão ao tratamento não medicamentoso, uma vez que mudanças do estilo de vida foram relatadas pela minoria dos pacientes. O comportamento sedentário, por exemplo, está presente na maioria dos diabéticos e pode ser ainda mais notável em pacientes insulinodependentes, a exemplo do verificado neste estudo, em que apenas cinco pacientes relataram ser efetivamente ativos no tempo livre, e dos dados de Leal et al, onde 83,3% não praticavam nenhuma atividade física [18][19][20]. A prática de 150 minutos semanais de atividade física é recomendada pela Organização Mundial de Saúde a toda população e, para pacientes diabéticos, segundo uma metanálise de ensaios clínicos randomizados, é o mínimo necessário para uma melhora do controle glicêmico [21][22].…”

Beliefs related to insulin use in people with Type 2 Diabetes Mellitus

“…This is due to the lack of glycemic control and, consequently, complications that could be avoided or minimized by correct and regular use of medication. In this context, it is the role of the public administration to recognize the extension of the problems related to DM with low adherence to treatment, supporting the implementation of infrastructure, with goals related to prevention, promotion of treatment and services of reference to the needy and vulnerable population (27)(28) .…”