Expressão Da Violência Intrafamiliar: História Oral De Adolescentes

Abstract

RESUMO Objetivo: desvelar as expressões da violência intrafamiliar vivenciadas por adolescentes. Método: estudo com abordagem qualitativa que utilizou como referencial metodológico a história oral. Foram entrevistadas(os) oito adolescentes matriculadas(os) em uma escola pública de Salvador, Bahia, Brasil, no período de março a maio de 2015. Os dados foram sistematizados conforme a análise temática e respaldados em referenciais teóricos sobre violência doméstica e adolescência. Resultados: as(os) adolescentes relatam uma infância e adolescência marcadas pela ausência de atenção às necessidades físicas e emocionais, fundamentais para o crescimento e desenvolvimento, e pela vivência cotidiana de humilhações, depreciações, difamações, calúnias, injúrias, além de agressões por meio de tapas e socos. Tais achados foram organizados nas seguintes categorias: Negligência e abandono; Violência moral e psicológica; e Violência física. Conclusão: considerando que a história oral das(os) adolescentes desvela um contexto familiar permeado pelas mais variadas formas de expressão da violência, o estudo ratifica a realidade de abuso a que nossas crianças e adolescentes encontram-se expostas dentro de seus lares, entendidos enquanto cenários de proteção e segurança. Alerta-nos, ainda, para a naturalização da violência intrafamiliar, socialmente arraigada na crença da educação dos filhos a partir de medidas punitivas e coercivas, mais comumente por meio de castigos e agressões físicas. Urge estratégias que viabilizem a desconstrução dessa cultura de maus tratos a crianças e adolescentes.

Child and adolescent violence: oral story of women who attempted suicide

“…Among the forms of expression of violence emerged through the victim's memories, the interviewees revealed the feeling of rejection and depreciation by their parents. A study focused on orality of schoolchildren also revealed a childhood and adolescence affected by privations of affection and rejection (17) . It draws attention to the perception of experiencing this kind of violence from even intrauterine life.…”

“…For this reason, intimate relationship between violence and mental suffering has been observed in several studies, unfolding in self-destructive and even suicidal behaviors. A research that shows the testimony of offenses and humiliations experienced by children and adolescents in the intrafamilial context alerts to the interface between this experience and psychological and/or psychic illness, evidenced by feelings of sadness, social isolation, self-mutilation behaviors and suicidal thoughts that may adulthood (17) .…”

Expressions of domestic violence against adolescents: Educators’ speeches

“…It is noteworthy that psychological violence is not only responsible for the removal of the adolescent from the family, and it is possible to expel them from their homes by their own responsible, which is configured as neglect. This form of expression was also perceived in the report of adolescents in a study that pointed to the experience of abandonment (17) . It alerts us to the fact that homosexuality has been flagged as a reason for intensifying family conflicts, which culminated in the expulsion of adolescents from their homes and makes us reflect on the greater vulnerability of this public to the experience of the offense.…”

“…In addition to food deprivation, the teachers' discourse alluded to neglect, expressed by the lack of affectionate relationship between parents and adolescents. Affective abandonment is understood as a reflection of not caring for children (17) . The affection received during childhood and youth are essential care and of fundamental importance in the development of adolescents.…”

O Que Diz a Literatura Sobre Os Achados Audiológicos Em Crianças Com Microcefalia Por Zika Vírus Congênito: Uma Revisão Integrativa

“…Elaborar uma conceituação para explicitar a violência não é tarefa fácil, pois exige a problematização de um conjunto de fatores, indicando formas próprias de relações pessoais, políticas, econômicas e culturais, que, embora disfuncionais, vêm sendo trivializadas. Essas relações desajustadas, evidenciadas pelo desrespeito ao posicionamento do outro, pela precarização do ensino e da saúde, pela banalização da vida, pela insegurança econômica estão tão entranhadas na sociedade contemporânea que, comumente, seguem ignoradas (MARTINS et al, 2017).…”